Descrição de chapéu Coronavírus Grande SP

Ribeirão Pires atinge 100% de ocupação de leitos para Covid-19

Prefeito de Ribeirão Pires pede que pessoas com sintomas leves de outras doenças evitem procurar a UPA do município

São Paulo

A prefeitura de Ribeirão Pires, no ABC paulista, anunciou nesta terça-feira (9), que atingiu 100% de ocupação em seu hospital de campanha para pessoas com a Covid-19. Sem leitos públicos disponíveis para infectados pelo novo coronavírus, o município está tendo de buscar vagas para pacientes em outras cidades.

O município não consta na lista dos 19 hospitais saturados divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde, gestão João Doria (PSDB), nesta terça (9).

Segundo a Secretaria de Saúde da cidade, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia também está lotada, com todos os respiradores em uso. Ainda de acordo com a pasta, na tarde desta terça, 31 pessoas estavam aguardando resultados dos testes de Covid-19 e outras cinco estavam na fila aguardando por um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Hospital de campanha de Ribeirão Pires, no ABC paulista, que está com 100% de ocupação - Rubens Cavallari -28.jan.2021/Folhapress

A secretaria informou ainda que, por volta das 16h40, cerca de 60 pacientes estavam na UPA com sintomas gripais esperando por um atendimento.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL), afirmou que a cidade está em colapso. "O município está fazendo tudo que pode. Chegamos no limite. E eu quero pedir a todos vocês: não participem de festas. Fiquem nas suas casas. Você poderá contaminar ou ser contaminado e não há mais lugar dentro dos hospitais para que a gente possa atendê-los dignamente", afirmou.

Volpi orientou aos cidadãos para que evitem procurar a UPA caso sintam sintomas leves de outras doenças. "Se você tiver uma dorzinha de cabeça, não vá à UPA. Se você machucou o pé, não vá à UPA. Vamos procurar uma UBS [Unidade Básica de Saúde]. Quem sabe lá podemos te atender até melhor", acrescentou.

No fim de fevereiro, a prefeitura de Ribeirão Pires anunciou que estava com dificuldades financeiras para manter o funcionamento do hospital de campanha, chegando até a cogitar o fechamento do equipamento. Segundo a imprensa local, a cidade recebeu um aporte financeiro do Consórcio Intermunicipal Grande ABC que possibilitou a manutenção das atividades.

Grande São Paulo

A situação da Covid-19 também é grave em outros municípios da Grande São Paulo. Em Taboão da Serra, a prefeitura afirmou que 11 pessoas infectadas pelo novo coronavírus morreram nesta terça-feira esperando por uma transferência para a UTI.

Também no ABC paulista, a cidade de São Bernardo do Campo é outra que enfrenta situação preocupante. O prefeito Orlando Morando (PSDB) afirmou nesta terça que o município corre o risco de entrar em colapso ainda nesta semana.

A taxa de ocupação de leitos de UTI em São Bernardo chegou nesta terça a 91%, com 133 pacientes internados. Na enfermaria, o percentual é de 70%. A prefeitura informa ainda que a rede particular da cidade está com 94% de utilização das vagas de terapia intensiva.

Resposta

A Secretaria de Estado da Saúde foi procurada para comentar sobre a situação em Ribeirão Pires. A pasta não comentou especificamente o caso do município, mas afirmou que a Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde) "já auxiliou na viabilização de vagas para mais de 170,3 mil pacientes com quadros respiratórios agudos e graves para serviços de referência em todo o estado". Disse ainda que "a demanda por leitos Covid saltou de 690 casos por dia, em junho de 2020, para cerca de mil nesta primeira semana de março".

"A Central funciona 24 horas por dia como mediadora entre os serviços de origem e de referência. Seu papel não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo e apto a cuidar do caso. Nenhuma negativa parte deste serviço, que é apenas intermediário. Cada solicitação é avaliada por médicos reguladores, sendo crucial a atualização do quadro clínico. As transferências dependem ainda que o paciente apresente condições para deslocamento seguro, cabendo ao serviço de origem a estabilização clínica e o transporte", acrescentou a pasta.

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