Denis Young Kim foi condenado a 14 anos de prisão, em regime fechado, nesta sexta-feira (21), pelo assassinato do carroceiro Aldemir Ribeiro Pontes, 63 anos, morto com uma flechada, em 14 de setembro de 2016, na região do Bom Retiro, centro da capital paulista.
Na sentença, o juiz Luís Gustavo Esteves Ferreira, da 1ª Vara do Júri do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), afirma que o agora condenado assumiu a autoria do crime, cometido por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Pelo fato de o carroceiro ter mais de 60 anos, isso também foi usado como medida para aumentar a pena de Kim, seguindo determinação do Código Penal. Nenhum advogado de defesa foi encontrado para comentar a decisão até a publicação desta reportagem.
À época do crime, a investigação do 2º DP (Bom Retiro) indicou que o homicídio ocorreu por causa de uma divergência antiga entre a vítima e Kim, que é filho de coreanos.
Em depoimento à polícia, logo após o homicídio, outro carroceiro relatou uma colisão da carroça de Pontes contra o Peugeot 206 prata do rapaz, que por isso teria exigido uma reparação. A vítima também trabalhou em uma reforma no prédio onde Kim morava, ainda de acordo com a investigação policial, indicando que ambos se conheciam.
A seta que matou o carroceiro tinha uma ponteira com lâminas abertas, o que agravou o corte na jugular, atingida pelo disparo.
Um dia após o assassinato, investigadores foram ao apartamento de Kim, também no Bom Retiro, onde encontraram a besta (tipo de arco e flecha com gatilho, como de uma arma de fogo) usada no crime, além de uma espada e outras armas brancas.
No computador do criminoso policiais identificaram pesquisas na internet sobre o homicídio como "polícia busca imagens de câmeras de rua onde homem foi morto". A besta usada para matar o carroceiro estava embrulhada e o então suspeito havia deixado malas de viagem prontas, indicando uma eventual tentativa de fuga. Por causa disso, lhe foi dada voz de prisão e o rapaz reagiu, tentando escapar.
Ele foi indiciado à época pelo homicídio, uso de arma branca, desacato, desobediência, resistência, além de porte de drogas, pois foram encontradas 41 gramas de maconha no apartamento.
O carro dele também foi apreendido na ocasião, com a identificação da cidade na placa traseira raspada e fita isolante adulterando um dos números. Na placa da frente, a fita omitia a cidade. O veículo tinha ainda uma batida na lateral traseira, mas não se sabe se foi a mesma que, para a polícia, motivou o crime.
Três anos antes do homicídio do carroceiro, Kim havia sido preso sob a suspeita de esfaquear um homem durante uma briga, alegando legítima defesa -- mesmo com a vítima estando desarmada. O homem ferido sobreviveu.
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