Descrição de chapéu Coronavírus

Saiba como comprovar comorbidades para tomar a vacina contra a Covid-19

Condição de risco pode ser comprovada por exames, relatório ou prescrição médica emitida nos últimos dois anos

São Paulo

A partir desta quarta-feira (12) terá início a vacinação contra a Covid-19 de pessoas com comorbidades com idades entre 55 anos e 59 anos. A estimativa do governo do estado de São Paulo, gestão João Doria (PSDB), é a de que 900 mil pessoas desse grupo sejam imunizadas.

Esse contingente integra os novos grupos que começaram a ser vacinados desde a última segunda-feira (10), quando teve início a distribuição de doses para pessoas com síndrome de Down, pacientes em terapia renal substitutiva e transplantados com idades entre 18 anos e 59 anos.

Vacinação de pessoas com síndrome de Down teve início na última segunda-feira (10) - Rivaldo Gomes/10.mai/2021/Folhapress


Nesta terça-feira (11) estava prevista a vacinação em grávidas em situação de risco e puérperas (mulheres que tiveram filhos há 45 dias) com comorbidades. A imunização, entretanto, foi suspensa no estado de São Paulo após um pedido feito pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na segunda.

Para poder tomar a vacina, a pessoa com deficiência permanente ou com comorbidades deve comprovar seu estado de saúde. No caso das pessoas com deficiência, estão sendo atendidas aquelas beneficiárias do BPC (Benefício de Prestação Continuada), do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). Além do comprovante do BPC, a pessoa também deve comprovar seu estado de saúde por meio de algum documento simples, mesmo que seja mostrando o Bilhete Único Especial.

Nem todas as comorbidades foram incluídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, seguido pelos programas estadual e municipal de imunizações (confira a lista abaixo). A pessoa deve levar um exame, laudo médico, receitas ou ainda prescrição de medicamentos desde que eles tenham o CRM do médico e tenham sido emitidos há menos de dois anos.

Segundo explica Sandra Sabino Fonseca, secretária-executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, não será necessário levar cópia dos documentos e entregá-los aos atendentes. Basta a pessoa apresentar os documentos solicitados no momento em que for fazer o cadastro para tomar a dose da vacina.

O objetivo, segundo ela, é o de facilitar o máximo possível mostrando documentações que o paciente já possui. “A pessoa não precisa ir ao médico para obter comprovante algum”, afirmou. “Não há porque burocratizar”, acrescentou.

Ela explica que o prazo máximo de expedição de dois anos de receitas e exames é muito superior à média de intervalo de acompanhamento médico de pessoas com comorbidades, que costuma ser de seis meses. Essa também é uma forma de saber se a pessoa tem vínculo com a unidade de saúde de sua região.

“Temos que manter o nosso usuário com o seu atendimento de saúde em dia”, diz.

Sandra explica que, em geral, os pacientes com comorbidades já são atendidos nas UBSs e muitos deles são cadastrados e atendidos pelas equipes de PSF (Programa de Saúde da Família). “Cada paciente tem o seu prontuário na unidade e são conhecidos”, afirmou.

Falha

Nesta terça-feira (11), o balconista Antonio Carlos Alves Amorim, de 48 anos, transplantado do rim, foi até a UBS Vila Santana, na Vila Norma, na região de Itaquera (zona leste), em busca da vacina contra a Covid-19.

Ele afirma que apresentou a carteirinha emitida pelo HC (Hospital das Clínicas) dada para identificar imunossupressores a uma atendente da unidade de saúde e teve a vacina recusada. Alegou que poderia mostrar ainda uma receita médica recente, emitida há menos de dois meses, e também não conseguiu se vacinar. “Disseram que precisava de uma carta do médico”, afirmou.

Sandra admitiu que houve falha no atendimento da unidade e que, ao saber do caso pela reportagem, orientou a unidade para que o problema não se repita. “Um paciente transplantado é imunossuprimido sempre. Essa carteirinha dele é válida sim”, afirmou.

A secretária-executiva orientou que as pessoas com comorbidades não devem ter receio de tomar as vacinas. “Todas as vacinas são eficazes e a comunidade médica tem acompanhado os efeitos adversos”, disse.

Ela também reforçou para que as pessoas que ainda não tomaram a segunda dose procurem a unidade de saúde, e que a secretaria tem feito busca ativa, por meio de contatos com aqueles que não compareceram nas unidades.

Saiba tudo

Quem pode se vacinar?

  • pessoa com deficiência permanente beneficiária do BPC com 55 a 59 anos;
  • pessoa com comorbidade de 55 anos a 59 anos


Quando começa a vacinação?

  • 11 de maio: pessoas com deficiência permanente;
  • 12 de maio: pessoas com comorbidades de 55 anos a 59 anos;
  • 14 de maio: pessoas com comorbidades de 50 anos a 54 anos

Como comprovar deficiência?

Será necessário comprovar que é beneficiário do BPC e também sua condição de saúde

comprovação do BPC:

  • comprovante de pagamento do BPC ou;
  • extrato do INSS ou;
  • extrato bancário ou;
  • CadÚnico (cadastro único para programas sociais) ou;
  • comprovação também pode ser feita mostrando cadastro nos aplicativos Meu INSS e Meu CadÚnico;

comprovante de condição de saúde:

  • gratuidade de algum serviço público (Bilhete Único Especial);
  • comprovante de que passa por centros de reabilitação;
  • carteirinha do serviço de saúde;
  • cadastro na UBS com número de prontuário;
  • laudo médico

Como comprovar comorbidades?

Algum comprovante do estado de saúde. São eles:

  • exames ou;
  • receitas ou;
  • relatório médico ou prescrição médica;
  • nos casos de obesos com IMC igual ou acima de 40 que não possuir nenhuma das comprovações acima, é possível fazer a avaliação na própria UBS antes da vacinação (uma equipe de enfermagem poderá pesar o paciente e avaliar o seu IMC);

Obs: todos os documentos deverão conter o CRM do médico emitidos no máximo há dois anos (documentos válidos são aqueles só emitidos a partir de maio de 2019 em diante)

Quais comorbidades estão incluídas?

  • diabetes: pessoas com diabetes mellitus
  • pneumopatias crônicas graves: pessoas com problemas pulmonares graves, tais como: DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica); fibrose cística; fibroses pulmonares; pneumoconioses (doença causada pela inalação de poeira); asma grave (pessoas que fazem uso recorrente de corticóides sistêmicos, internação prévia por crise asmática); displasia broncopulmonar
  • hipertensão arterial resistente (HAR): quando a pressão arterial fica acima das metas recomendadas mesmo com o uso de três ou mais remédios (anti-hipertensivos) de diferentes classes; ou pressão arterial que só fica controlada com uso de quatro ou mais anti-hipertensivos;
  • hipertensão arterial estágios 1 (leve) e 2 (moderada): pessoas com pressão arterial máxima (sistólica) entre 140 mmHg e 179 mmHg (14 a 17), e/ou mínima (diastólica) entre 90 mmHg e 109 mmHg (9 a 10), desde que associada a outra comorbidade ou lesão nos chamados órgãos-alvo tais como cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos e rins;
  • hipertensão arterial estágio 3 (grave): pessoas com pressão arterial máxima (sistólica) igual ou superior a 180 mmHg e/ou mínima (diastólica) igual ou superior a 110 mmHg (18 por 11 ou superior), independente da presença de lesão nos chamados órgãos-alvo tais como cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos e rins ou comorbidade;
  • insuficiência cardíaca: insuficiência com fração de ejeção (capacidade de bombeamento do coração) reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B (lesão, mas sem sintomas), C (com lesão e sintomas atuais) ou D (casos mais graves, resistente a tratamentos), independentemente da classificação definida pela New York Heart Association, que estabelece escalas de sintomas dependendo do estágio da doença;
  • cor-pulmonale e hipertensão pulmonar: cor-pulmonale crônico (problema no ventrículo direito que resulta em distúrbio pulmonar), hipertensão pulmonar (alterações que dificultam a passagem do sangue pelas artérias e veias pulmonores) primária (HPP) ou secundária (quando deriva de enfisema pulmonar ou doença cardíaca congênita);
  • cardiopatia hipertensiva: hipertrofia (alteração na estrutura e função) ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica (máxima e mínima), lesões nos chamados órgãos-alvo: cérebro; coração; vasos sanguíneos; olhos e rins;
  • síndromes coronarianas: síndromes crônicas como cardiopatia isquêmica, pós-infarto agudo do miocárdio, Angina Pectoris (estreitamento das artérias que levam sangue ao coração), entre outras;
  • valvopatias: doenças relacionadas às válvulas do coração (tricúspide, mitral, pulmonar e aórtica) que compromentam a circulação do sangue;
  • miocardiopatias e pericardiopatias: doenças que afetam o músculo cardíaco de quaisquer causas ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática;
  • doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas: aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos;
  • arritmias cardíacas (batimentos cardíacos irregulares): com relevância clínica e/ou cardiopatia (doença cardíaca) associada;
  • cardiopatia congênita (pessoas que nasceram com a doença) no adulto: que afetem a circulação do sangue, causem crises hipoxêmicas (pouco oxigenação), insuficiência cardíaca, arritmias, comprometimento miocárdico;
  • próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados: abrange pessoas que,devido a problemas cardíacos, já tiveram que instalar próteses de válvula biológicas ou mecânicas; ou dispositivos tais como marcapasso, cardiodesfibrilador, ressincronizador, assistência circulatória de média ou longa permanência;
  • doença cerebrovascular: acidente vascular cerebral isquêmico (quando o AVC obstrui uma artéria), ou hemorrágico (quando rompe um vaso e sangra); ataque isquêmico transitório (AIT, provocado pelo bloqueio temporário de sangue no cérebro); demência vascular;
  • doença renal crônica: estágio 3 (lesão renal moderada) ou mais e/ou síndrome nefrótica (ocorre quando há perda maciça de proteínas pela urina que pode evoluir de forma crônica);
  • imunossuprimidos: transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente superior a 10 mg ao dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; neoplasias hematológicas;
  • anemia falciforme: todas as pessoas com a doença;
  • obesidade mórbida: IMC (índice de massa corpórea) igual ou superior a 40;
  • cirrose hepática: Child-Pugh (tipo de score que mede a gravidade da doença) A, B ou C
  • síndrome de down: trissomia do cromossomo 21

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

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