A Prefeitura de São Paulo ainda avalia como será a segunda dose das grávidas que se vacinaram com a AstraZeneca como primeira dose para completar o seu esquema de imunização contra a Covid-19.
Em maio, o Ministério da Saúde vetou a vacinação de grávidas com a AstraZeneca após uma recomendação da Anivsa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Por enquanto, gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filho há até 45 dias) estão sendo imunizadas com vacinas da Pfizer e da Coronavac.
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (30), o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que por enquanto a cidade suspendeu o uso da AstraZeneca nas gestantes, mas ainda aguarda determinação do Ministério da Saúde
"A Prefeitura de São Paulo suspendeu a vacina da AstraZeneca para as grávidas, assim como em todo o Brasil, e agora a recomendação é de que você faça a segunda dose para a vacina para as mulheres grávidas somente 45 dias após o parto. Na cidade, desde que começou até a gente fazer essa suspensão, foram 568 mulheres gestantes que tomaram a vacina [da AstraZeneca”, disse Nunes, durante entrega de 626 tablets aos alunos da Emef Roquette Pinto, no Jardim Nice (zona leste).
“Agora precisamos aguardar uma definição do Ministério da Saúde para que nos oriente qual será a dose aplicada como segunda dose", afirmou o prefeito.
Nunes disse que uma das possibilidades é a combinação de imunizantes, que ainda não é prevista pelo ministério, mas já foi adotada pelo Rio de Janeiro.
“Já existem outros países que estão fazendo a aplicação da Pfizer para gestantes que tomaram a AstraZeneca como primeira dose, mas o Ministério da Saúde aqui do Brasil ainda não fez essa recomendação e ainda estamos aguardando essa orientação técnica sobre o assunto. Ainda não existe previsão e estamos aguardando”, ressalta Nunes.
A taxa de letalidade da Covid-19 entre grávidas e puérperas no Brasil é a pior desde o início da pandemia e a imunização nesse grupo está bem abaixo do esperado, o que preocupa ginecologistas e obstetras. Apenas 6% delas haviam recebido ao menos uma dose até o último dia 21 no Brasil.
Até o dia 17, o país computava 1.412 mortes maternas, sendo 959 só neste ano. Segundo o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19, com base em dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade mais que dobrou do ano passado para este, de 7% para 17%.
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