Descrição de chapéu Zona Sul

Escola estadual interditada na zona sul de SP já foi invadida ao menos 7 vezes

Fechada desde janeiro de 2020, unidade de ensino no Capão Redondo será demolida, segundo gestão Doria (PSDB)

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São Paulo

O prédio onde funcionava uma escola estadual no extremo da zona sul de São Paulo já foi invadido ao menos sete vezes, segundo registros da polícia. O mais recente crime na Escola Estadual Jardim Bento 3º ocorreu no dia 30 de julho deste ano, quando ela foi invadida e depredada.

As invasões e furtos à unidade de ensino começaram em janeiro de 2020, quando a escola deixou de funcionar. Os motivos para isso não foram esclarecidos pela Secretaria Estadual da Educação, gestão João Doria (PSDB). A pasta afirmou que pretende demolir o atual prédio e construir outro no lugar.

As obras, com previsão de início "até o fim do ano”, de acordo com nota enviada pela secretaria, estão orçadas em R$ 15 mihões.

Segundo fotos feitas por funcionários, os criminosos teriam entrado no prédio, em 30 de julho, após arrombarem o gradil de uma janela da escola.

Criminosos arrombaram armários e jogaram documentos da escola no chão. Escola estadual no Capão Redondo (zona sul da capital paulista) foi alvo de bandidos ao menos sete vezes, desde o início do ano passado, quando a unidade foi interdidata pela gestão João Doria (PSDB) - Arquivo Pessoal

Já dentro do imóvel, ainda segundo as imagens, os criminosos derrubaram prateleiras, espalharam lixo pela cozinha, arrombaram armários e gavetas, e jogaram no chão arquivos e documentos da escola que estavam em caixas.

Segundo registros do 47º DP (Capão Redondo), os arrombamentos são constantes no prédio. Praticamente um mês antes do caso mais recente, em 29 de junho, criminosos serraram as grades do portão principal da escola, entrando posteriormente no terreno.

A vice-diretora da unidade, de 51 anos, afirmou em depoimento à polícia que os invasores não conseguiram entrar no imóvel, do qual acabaram vandalizando parcialmente o forro de PVC do prédio.

A mesma funcionária registrou outro boletim de ocorrência, no dia 13 de abril, no qual relata o furto de dois modens, fios elétricos e até uma torneira. Os furtos ocorreram nos banheiros, e nas salas da diretoria e dos professores, além da secretaria da unidade. Os cômodos também foram vandalizados, ainda segudo a servidora.

Antes de fugirem, os criminosos trocaram os cadeados do portão de acesso à escola.

Dos sete registros policiais feitos desde o começo do ano passado relativos aos crimes ocorridos contra a unidade, cinco são boletins de ocorrência de furto, e outros dois, de danos.

Suspeitos entraram na escola após arrombarem o gradil de uma janela, em 30 de julho, no Capão Redondo (zona sul da capital paulista). Unidade de ensino já foi alvo de criminosos ao menos sete vezes, desde que foi interditada em janeiro do ano passado pela gestão João Doria (PSDB) - Arquivo Pessoal

“A escola está abandonada e não há nenhum compromisso do Estado em torná-la viável para atender aos estudantes”, afirmou Maria Izabel Azevedo Noronha, a professora Bebel, presidente do Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

A demolição do prédio, além dos R$ 15 milhões anunciados pela gestão João Doria para a construção de um novo, "é um desperdício de dinheiro”, segundo avaliação da presidente da Apeoesp. “O governo do PSDB poderia cuidar do prédio. A escola tem uma bela estrutura que poderia ser reaproveitada com uma reforma. [Demolir e reconstruir] é um desperdício de dinheiro. Uma grande reforma resolveria o problema e não sairia tão cara”, afirma Bebel.

Respostas

Após a interdição do prédio, os alunos da escola foram remanejados para as unidades de ensino estaduais Professora Maria Jannuzzi Mascari e Doutor Afiz Gebara, ambas na zona sul, segundo a Secretaria Estadual de Educação.

A pasta, porém, não informou o número de estudantes transferidos nem o que teria provocado a interdição da escola.

“O prédio [...] será demolido e o processo de reconstrução deve ter início até o final deste ano. A proposta de orçamento para esse caso é de R$ 15 milhões”, diz trecho de nota.

A Educação afirmou ter registrado “todas as invasões” à unidade de ensino, além de incluir os casos no Placon, sistema do Programa Conviva, que monitora a rotina das escolas da rede estadual.

Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública), também da gestão João Doria, afirmou que os crimes são investigados pelo 47º DP (Capão Redondo), por meio de um inquérito policial.

“A autoridade policial atua em buscas de elementos que auxiliem na identificação e responsabilização dos autores”, diz a SSP, em nota.

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