A Polícia Civil descobriu na tarde desta quinta-feira (5) uma casa onde cervejas eram pirateadas, em São Bernardo do Campo (ABC). Três suspeitos, identidades não informadas, foram presos em flagrante. A defesa deles não havia sido localizada até a conclusão desta reportagem.

A Delegacia Antipirataria do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) apurou a rotina dos suspeitos por cerca de três semanas, após denúncias indicarem que na residência era feita adulteração de rótulos de cerveja.

Quando entraram na residência do bairro Baeta Neves, nesta quinta, mediante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça, policiais flagraram o trio pirateando as bebidas. Segundo um vídeo feito pela polícia, um dos suspeitos explica como retirar os rótulos de garrafas de cerveja de marca popular, usando água em temperatura ambiente.

Após isso, ele seca o vasilhame, onde aplica cola e, em seguida, coloca o rótulo de uma marca de cerveja mais cara. Eles também trocavam a tampa das garrafas.

O esquema sofisticava ainda mais a falsificação ao usar um carimbo, no qual constava um número de série similar ao da marca falsificada.

"Cada engradado, com 24 garrafas da bebida mais em conta, era comprado por R$ 60 e depois vendido por R$ 102", explicou o delegado titular Wagner Carrasco, da Delegacia Antipirataria. A mesma quantidade da bebida original, vendida em estabelecimentos legalizados, custa entre R$ 150 e R$ 170, segundo apurado pelo Agora.

De acordo com anotações apreendidas no local, o trio comercializava entre 25 e 30 caixas diariamente, tendo como público famílias e pessoas que gostam de tomar cerveja em casa, principalmente na região do ABC. "Checamos que eles também vendiam para alguns comércios. Mas o principal público deles eram particulares", explicou o delegado.

A polícia apreendeu caixas com cerveja adulterada, além de garrafas da bebida antes do processo de falsificação, tampas de marca mais cara de cerveja, assim como rótulos, além do maquinário usado para colocar as tampinhas. A quantidade de itens ainda era contabilizada quando esta reportagem foi publicada.

​O caso foi registrado como crime contra relação de consumo e associação criminosa.