Suspeito de participar de 12 sequestros para roubo com Pix é preso em Guarulhos

Em uma semana, seis pessoas foram parar na cadeia por causa desse crime

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São Paulo

Um homem foi preso pela Polícia Civil de Guarulhos (Grande SP), na última quinta-feira (26), sob a suspeita de praticar extorsão mediante sequestro-relâmpago, exigindo das vítimas transferência via Pix para serem liberadas.

O homem, que não teve nome e idade informados, é investigado pela participação de ao menos 12 sequestros-relâmpagos na zona norte da capital paulista e em Guarulhos.

A investigação feita pelo 9º Distrito de Policial de Guarulhos apontou que o grupo da qual o suspeito fazia parte abordava as vítimas em seus carros e as conduzia para ruas sem movimento. Se não tivesse Pix instalado em seu celular, os saques poderiam ocorrer em caixas eletrônicos.

“Por meio de investigação de campo e tecnológica, chegamos a este homem de, aproximadamente, 30 anos”, afirma o delegado Fúlvio Mecca, responsável pelo caso, que não deu detalhes de como foi a prisão. A polícia diz que as investigações continuam.

Esta foi a sexta prisão contra suspeitos de sequestros para uso do PIX na última semana. Na quarta-feira (25), dois homens foram presos sob suspeita de terem mantido três jovens como reféns em Peruíbe (135 km de SP).

Outros dois acabaram presos em flagrante na quinta (26) por manterem uma vítima refém em um cativeiro na região de Parada de Taipas, na zona norte de São Paulo. Na terça, um homem suspeito de ter atuado no sequestro de um motorista de aplicativo já havia sido detido pela PM na zona sul da capital paulista.

Por causa da onda de crimes, em que as vítimas são obrigadas a realizar transferências por meio do Pix, o Banco Central anunciou uma série de medidas na tarde desta sexta-feira (27). Entre elas está a determinação do limite de R$ 1.000 para operações com Pix, cartões de débito e TED (Transferência Eletrônica Disponível) entre pessoas físicas –incluindo microempreendedor individual– entre 20h e 6h, inclusive para transações entre contas do mesmo banco.

​De acordo com dados de inteligência do governo paulista, desde o fim do ano passado foram 202 sequestros-relâmpagos e roubos com retenção da vítima no estado de São Paulo em que as vítimas relataram o uso do Pix durante o roubo.

Nos primeiros meses desde a implantação do sistema de pagamentos e transferências feitos pelo celular, (entre dezembro de 2020 e março de 2021), foram registrados 51 boletins em todo o estado. De abril a julho, os registros pularam para 151 casos.

Golpe do motoboy

Na mesma operação de quinta-feira (26), os policiais do 9º Distrito de Policial de Guarulhos também cumpriram cinco mandados de busca e apreensão contra suspeitos de praticarem o chamado “golpe do motoboy”.

O crime consiste em ligações telefônicas nas quais os estelionatários se passam por funcionários do banco da vítima. A pessoa é convencida que seu cartão foi clonado e de que é necessário cancelá-lo. Os criminosos, então, solicitam informações do cartão de crédito e a senha e, em seguida, pedem que a vítima corte o cartão ao meio, sem destruir o chip, para que um motoboy possa retirá-lo. Dinheiro acaba sendo sacado da conta da vítima depois.

Segundo o delegado Mecca, os cinco homens investigados têm entre 20 e 40 anos e teriam cometido o crime contra, pelo menos, oito pessoas. Na operação foram apreendidos celulares, computadores e dispositivos de armazenamento de dados.

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