Ambulantes do Brás realizam novos protestos contra apreensões no centro de SP

Segundo a prefeitura, o combate é contra aqueles que estão vendendo espaço público

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São Paulo

Ambulantes da região do Brás realizaram novos atos nesta sexta-feira (27) para criticar as apreensões realizadas pela prefeitura e também pressionar a administração municipal a renovar os registros para que eles possam trabalhar de forma legalizada.

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que as ações são contra aqueles que querem explorar os ambulantes. "Uma coisa é o trabalhador e outra coisa é quem usa e explora o trabalhador para cometer crime vendendo espaço público", afirmou.

Os ambulantes fizeram duas caminhadas partindo do Brás. Uma saiu da rua Tiers e foi em direção à sede da Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá; e outra saiu da rua Elisa Witacker e tinha como destino a subprefeitura da Mooca, na rua Taquari.

Segundo os representantes dos ambulantes, as passeatas foram a forma encontrada para pressionar o governo municipal a abrir um canal de um diálogo em busca de melhorias para a categoria. Entre as principais reivindicações estão o fato de os trabalhadores não conseguirem renovar os seus registros, além das sucessivas ações de apreensão que estão acontecendo na região.

Alguns comerciantes foram recebidos na subprefeitura da Mooca. A promessa é que até quarta-feira (1º) a administração regional receba todas as solicitações. Em seguida, fará uma análise e, posteriormente, irá apresentar uma proposta de readequação para os profissionais.

Atualmente existem 104 TPUs (Termos de Permissão de Uso) cadastrados e ativos para comércio ambulante na região da Subprefeitura Mooca, que abrange a área do Brás.

Repressão

Recentemente, a prefeitura promoveu uma ação para mudar sua estratégia contra ambulantes na região do Brás (centro da capital paulista) e que tinha como objetivo passar a combater uma rede, classificada como "milícia", que atua no local e seria responsável por lotear espaços na via pública e distribuir produtos piratas para o comércio de rua local. Desde então o clima é considerado tenso na região.

“A nossa proposta é que a gente ofereça locais para que eles possam trabalhar, não prejudiquem o ir e vir da cidade", afirma Ricardo Nunes. "E que a gente forneça a eles a renovação ou a emissão de TPUs para as pessoas estarem legalizadas”, seguiu.

Nunes explicou que existe um trabalho em conjunto sendo realizado com a Polícia Civil no bairro.

Desde o início deste ano foram apreendidos mais de 3.500 lacres de produtos irregulares, segundo a prefeitura.

Questionada sobre a situação das TPUs para a região, a prefeitura confirmou em nota que "a emissão de novos termos para comércio ambulante está suspensa, conforme Portaria n° 03/SMSUB/2021".

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