Descrição de chapéu Zona Norte

Pronto-socorro do Mandaqui ficará fechado por seis meses

Ala do hospital estadual da zona norte, que atende 11 mil pessoas por mês, passará por reformas

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São Paulo

A partir desta sexta-feira (1º), o pronto-socorro adulto do Conjunto Hospitalar do Mandaqui (zona norte), estará parcialmente fechado para reformas. Segundo o diretor da unidade, Marcelo Barletta Viterbo, serão atendidos apenas casos complexos e pacientes levados por ambulâncias.

O hospital estadual atende cerca de 11 mil pessoas por mês em seu pronto-socorro —no ambulatório, são 12 mil atendimentos.

A obra para construção de 20 leitos deve levar seis meses e custará R$ 500 mil. Os pronto-socorros infantil e ginecológico não serão afetados, segundo o diretor. 

“A reforma irá impactar casos mais simples, de pessoas que podem ser atendidos em UPAs [Unidades de Pronto-Atendimento] e AMAs [Assistências Médicas Ambulatoriais], que totalizam 50% dos pacientes no pronto socorro]”, diz. 

Na reforma também será implementada uma área de triagem e readequação dos consultórios. Os pacientes que já estiverem internados no hospital continuarão sendo assistidos nos setores de internação clínico e cirúrgico.

Durante as obras, quem precisar de atendimento médico na região deverá procurar uma das quatro AMAs indicadas, um pronto socorro ou dois hospitais da zona norte (veja os endereços na arte abaixo). 

Viterbo afirma que há 60 dias houve uma reunião entre o governo do Estado, a prefeitura e a regional de saúde responsável pela zona norte, onde foi explicada a necessidade de readequação de pacientes.

Até esta quinta-feira (31), no entanto, nenhum paciente do Hospital Mandaqui havia sido avisado oficialmente a respeito do fechamento parcial do pronto-socorro do Mandaqui.

Questionado a respeito da possibilidade de criação de um pronto-socorro temporário em espaço alternativo, o diretor disse que isso seria “impossível”. Segundo ele, encaminhar os pacientes para outras unidades foi a melhor opção encontrada.

Antecipadamente

Nesta quinta-feira (31), um dia antes do fechamento oficial, pacientes que foram ao Mandaqui já estavam sendo dispensados. Foi o caso da auxiliar administrativa Fernanda Lopes de Souza, 20 anos, que estava com dores no estômago.

“Eles falaram que o PS só iria fechar amanhã [nesta sexta] mas não me atenderam”, afirma. Ela foi orientada a ir à AMA Jardim Peri.

Segundo o diretor Marcelo Barletta Viterbo, a dispensa começou a ser feita nesta quinta-feira pois, “o fechamento não poderia ser realizado com pacientes dentro do PS”. Por volta das 11h, não havia nenhum paciente no pronto-socorro.

Superlotação

Pacientes da AMA Jardim Peri e do Pronto-Socorro de Santana, unidades da zona norte da capital indicadas para quem busca atendimento com o fechamento do pronto-socorro do hospital do Mandaqui, temem que a superlotação dos dois locais piore. 
 

Na manhã desta quinta-feira (31), na AMA o tempo de espera era de 1h30 para atendimento inicial. Por volta de 11h30, havia 50 pessoas na fila.
A dona de casa Vilma de Morais, 62 anos, chegou com o marido no local por volta das 9h e só foi dispensada às 11h20.

Segundo ela, a AMA está sempre lotada e com a chegada de mais pacientes a situação deverá ficar pior. “Acho que atrapalha bastante essa mudança, cada um deveria ficar no seu bairro, se não somos todos prejudicados”, diz.

Já no PS de Santana, o pintor Jovelino Ferreira, 44 anos, estava esperando desde às 10h e, ao meio-dia, ainda não havia passado pelo atendimento inicial. Ele afirma que pacientes das AMAs, hospitais e outros pronto-socorros deveriam ser avisados sobre fechamento no Mandaqui.

“O principal problema é a falta de comunicação, ficamos aqui vendo muito mais gente do que o normal na espera e ninguém explica o que está acontecendo”, afirma.

Resposta

A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Bruno Covas (PSDB), diz que a Coordenadoria Regional de Saúde Norte tomou providências para intensificar o atendimento na região.

Os serviços da AMA Jardim Peri e do Pronto Socorro de Santana terão como referência para encaminhamento de usuários os hospitais Geral da Vila Nova Cachoeirinha e Vila Penteado, ambos da administração estadual.

Os demais serviços de saúde da região, AMAS 12h (Lauzane Paulista, Wamberto Dias da Costa e Massagista Mario Américo), foram orientadas para o atendimento do possível aumento da demanda.

As AMAS Wamberto Dias Costa e Jardim Joamar continuarão referenciando seus pacientes para o Hospital São Luiz Gonzaga.

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