Ação busca combater 'milícia' que loteia espaços para camelô no Brás, em SP

Operação na madruga desta sexta-feira (13) na região central da capital paulista reuniu fiscais, policiais militares e guardas-civis

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo pretende mudar sua estratégia contra ambulantes e quer passar a combater uma rede, classificada como "milícia", que atua na região do Brás (centro da capital paulista) e seria responsável por lotear espaços na via pública e distribuir produtos piratas para o comércio de rua local.

A primeira ação, que contou com a presença de um efetivo de 140 pessoas, entre equipes da Subprefeitura Mooca, policiais militares e guardas-civis metropolitanos, foi realizada na madrugada desta sexta-feira (13).

Fiscais da Subprefeitura Mooca, policiais militares e guardas civis realizaram, na madrugada de sexta-feira (13), uma operação para desmantelar uma rede que aluga espaços nas ruas do Brás (região central de São Paulo), para ambulantes que vendem produtos ilegais - Divulgação

Durante a operação foram apreendidas barracas, cones e outros materiais que eram utilizados na estrutura para armar uma espécie de feira que ocorria diariamente no local.

Também foram apreendidos alguns produtos comercializados por vendedores ambulantes que estavam no momento da fiscalização, no entanto, eles não foram informados pela prefeitura.

Tal investida foi possível, segundo o subprefeito da Mooca, José Rubens Domingues, após uma investigação, com apoio dos órgãos de segurança, que identificou diversas irregularidades ao longo das madrugadas na região, entre elas, o uso de iluminação através de fiação clandestina, o popular gato.

Ao Agora Domingues afirmou que a região do Brás concentra ambulantes com características diferentes de outras da cidade.

"No Brás, são produtos piratas, produtos irregulares, produtos ilegais, e existe uma rede de distribuição desses produtos. Além disso, há uma rede também de ilegais que loteiam o espaço público, disse.

Por essa razão, Domingues contou que o grande foco passa a ser "desmobilizar essas milícias que estão se apropriando do espaço público e muitas vezes enganando as pessoas".

O subprefeito afirmou que as ações vão ser diárias, uma vez que a intenção é sufocar o esquema que loteia espaços e distribui produtos falsificados ou sem nota. “Às vezes têm alguns ambulantes que entram nisso de boa fé. Eles falam que têm proteção de A ou de B e vendem esses espaços, alugam ou arrendam para pessoas de boa fé".

Domingues também sustentou que, como reflexo da operação ocorrida durante a madrugada, foi notado um número muito menor de ambulantes ao longo do dia na região do Brás. "Foi a estratégia que adotamos e que será replicada nos próximos dias".

Procurado, o Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo encaminhou nota, assinada pelo presidente Ronei Rodrigues da Cruz, em que disse "repudiar todo e qualquer ato violento ou abusivo contra o trabalhador informal 'camelô', seja ele trabalhador do dia, noite ou da madrugada, tanto por parte da PM, da GCM ou dos agentes vistores das subprefeituras".

O sindicalista afirmou ser contra a venda de produtos piratas, ilegais ou sem origem, além de ser "contra venda, aluguel ou qualquer tipo de comercialização de espaço publico". O sindicato ainda mostrou estar “surpreso com tal operação em meio ao decreto de pandemia, onde nossa classe foi tão prejudicada".

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