Zero. Zero. Sete.
O cinema é, ainda, a melhor diversão.
O mundo se prepara para uma grande estreia.
O novo filme de James Bond.
O capitão Morretes balançava a cabeça.
—Coisa de maricas.
Ele estava acostumado com a realidade do tráfico.
—Aqui, terno e gravata não tem vez.
Era a hora da patrulha.
—Cracolândia, o retorno.
Morretes colocou os óculos escuros.
—A boininha está do lado certo?
No Bar e Lanches Árabes El Mukif, ele pediu uma cervejinha.
—Ajuda a engolir a anfetamina.
Uma jovem loirinha apareceu com um sorriso simpático.
—Please… Tourist here.
Morretes examinou a beldade com olhar de especialista.
—Americana? Inglesa?
—Hotel… where is hotel here?
Uma pensão despretensiosa daria conta do recado.
Na hora de tirar a roupa, tudo se revelou.
A tatuagem da loirinha era em puro português.
A jovem trabalhava para uma tal de “Abelha Rainha”.
Famosa chefe do tráfico na região.
Morretes já foi recrutado para ajudar na quadrilha.
—Hehe. É como nos filmes. Porcentagem na bilheteria.
As realidades mudam.
Mas também no Brasil há quem esteja a serviço de Sua Majestade.
Voltaire de Souza
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