Voltaire de Souza: Quando secam as gargantas

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Voltaire de Souza

Areia. Tempestade. Ventania.
O interior paulista sofre com a seca.
Em Andradina, o fenômeno se repete.
Uma nuvem de poeira se abate sobre o simpático município.
Tonico balançava a cabeça.
—Justo agora… que a gente ia fazer uma motociata.
O apoio do agricultor a Bolsonaro era inabalável.
—Agora, vai encher de ecologista enchendo a paciência.
Ele deu um risinho.
—Antes, eles diziam que as motos faziam fumaça.
Com o tempo seco, era bom tomar uma cervejinha.
—Mas olha aí. A fumaceira vem de Deus.
Para ele, a prova era definitiva.
—É o planeta festejando o nosso presidente.
A cervejinha ia consolando aquela alma radical.
—Enquanto tiver cerveja, a vida continua.
Mas apareceu outro problema.
—Está meio morna…
Era a falta de energia elétrica.
—Cadê o gerador?
O funcionário Vavá apareceu com medo.
—Vai gastar o combustirve, seu Tonico?
O agricultor pensou um pouco.
—É. Com esse preço…
Ele adotou uma nova estratégia.
—Caninha pura. Nada de cerveja.
Nem todos curtem a proteção ao meio ambiente.
Mas, por vezes, fontes alternativas de energia são uma boa pedida.

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