Bolsonaro na balança

Levantamento de 87 indicadores aponta retrocesso em 44

Em tão pouco tempo de governo, é difícil apontar os resultados bons e ruins das medidas do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Nem sempre o que piora é culpa do presidente, assim como algumas coisas avançam sem depender da ação do governo federal.

O presidente Jair Bolsonaro participa da Marcha pra Jesus, em Brasília, no Eixo Monumental - Pedro Ladeira/Folhapress

O jornal Folha de S.Paulo fez um levantamento de 87 indicadores, em áreas tão diferentes quanto economia, educação, saúde, meio ambiente, segurança, trânsito e até opinião pública. Constatou que houve retrocesso em 44 deles —um pouco mais da metade, portanto.

Em 28, registrou-se melhora, e em 15, estabilidade. O saldo é desfavorável, mas convém analisar os números com cuidado para não cometer injustiças.

Em muitos casos, caíram ou ficaram estagnados os gastos em setores importantes. Essa é uma tendência que vem de antes: desde 2015, quando o governo Dilma Rousseff (PT) reconheceu que a grana havia acabado, os investimentos e outras despesas estão em queda.

Houve um grande bafafá por causa dos cortes na educação, mas isso teve muito a ver com a bagunça do governo nessa área —com troca de ministros e ataques descabido às universidades.

Do lado positivo, diminuíram bastante os números de homicídios em todo o país. Só que a melhora começou em 2018 e não parece resultado de alguma ação de Bolsonaro ou dos governadores. 

Na economia, a equipe do presidente vai fazendo o que se esperava: controle de gastos, redução dos juros, reforma da Previdência. Mas o consumo, o investimento e o emprego decepcionaram.

Os indicadores revelam um país empobrecido, um governo quebrado e uma sociedade insatisfeita. Bolsonaro precisa mostrar que dá conta desse recado.

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