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Caneladas do Vitão: A triste, inconteste e, aparentemente, irreversível derrota da seleção brasileira

O que vale uma seleção que não desperta mais paixão nem em quem é alucinadamente apaixonado por futebol?

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São Paulo

Voa, Canarinho, voa... Alô, povão, agora é fé! Brasil 3 x 1 Argentina, o melhor momento da espetacular seleção de 1982, marcou minha infância e, certamente, influenciou meu amor inegociável e eterno pelo futebol (que é muito mais legal que esse lixo de VARtebol).

Messi e Neymar durante a final da Copa América, vencida pela Argentina; neste domingo, eles voltam a se enfrentar pelas eliminatórias da Copa do Qatar-22
Messi e Neymar durante a final da Copa América, vencida pela Argentina; neste domingo, eles voltam a se enfrentar pelas eliminatórias da Copa do Qatar-22 - Mauro Pimentel - 10.jul.21/AFP

Nascido no eterno e basílico ano de 1977, minhas primeiras lembranças de futebol se remetem àquela seleção e ao time da Democracia Corinthiana, ambos capitaneados por Sócrates. Lembro dos dias dos jogos, do meu mesmo lugar na sala do sobrado da avenida Damasceno Vieira, 909, na Vila Mascote, do copo do meu pai sempre com três dedos de colarinho de Antarctica e da reação dos familiares em Brasil 2 x 1 União Soviética (o goleiro Dasaev foi o meu primeiro vilão), Brasil 3 x 1 Argentina e Brasil 2 x 3 Itália e, sem dúvida, o auge da alegria e da empolgação do meu pai, minha mãe, tios, primos e irmã (não tinha ainda meu irmão caçula), foi naquele 2 de julho, vibrando com os gols de Zico, Chulapa e Júnior e com a expulsão de Maradona, antes do gol de Ramon Díaz.

Hoje tem Brasil x Argentina. Eliminatórias não são Copa do Mundo. Mas eu não conheço ninguém que esteja ansioso para Neymar x Messi como todos estávamos por Zico x Maradona. "Ah, pai, Brasil e Argentina vão para a Copa, não vale nada."

Para além dos três pontos, o meu Basílio, que está na torcida para Haaland levar a Noruega ao Qatar, tem razão. O que vale uma seleção, vencedora ou não, que não desperta mais paixão nem em quem é alucinadamente apaixonado por futebol? Não é só o calendário, estúpido!

Fernando Pessoa: "As nações são todas mistérios. Cada uma é todo o mundo a sós".

Sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar! E zelar, claro, vem de ZL! É tudo nosso! É nóis na banca! No agora.com.br! E no youtube.com/blogdovitao!

Palpites do Vitão

O Brasil vai vencer a Argentina (o que, registre-se, não apaga a perda da Copa América), vai manter os 100%, não encantará e será cornetado por crítica e respeitável público. Palpites das Eliminatórias: Brasil 1 x 0 Argentina, Equador 1 x 0 Chile, Uruguai 2 x 0 Bolívia, Paraguai 0 x 0 Colômbia e Peru 1 x 0 Venezuela.

Vitor Guedes
Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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