Sete em cada dez brasileiros (70%) tiveram de fazer algum tipo de corte nas finanças nos primeiros seis meses deste ano. É o que mostra pesquisa do SPC (Serviço Brasileiro de Proteção ao Crédito) Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
“Vemos que as pessoas estão se planejando mais. A queda de renda e casos de desemprego na família vêm fazendo com que se pense mais em gastar apenas o necessário. Sem dor, não vai”, diz o educador financeiro do SPC José Vignoli.
A pesquisa mostra ainda que 60% conseguiram manter as contas em dia. Por outro lado, 34% dizem ter tido o CPF negativado por não pagar alguma conta no período e 33% afirmam ter recorrido a empréstimos.
“Se o empréstimo foi bem planejado, não tem problema, é uma forma de organizar as finanças. Agora, é preciso direcionar bem. Usar um consignado para comprar presente de Dia dos Pais, por exemplo, não é bom. Já para quitar dívidas é recomendável”, diz Vignoli.
O educador enfatiza que o ideal é fugir do parcelamento no cartão de crédito e do cheque especial e que, depois de acertar as contas, é preciso dar um passo a mais no orçamento.
“As pessoas têm que ter reserva. É preciso economizar e investir o dinheiro. E, para isso, são necessários sacrifícios. Deve-se diferenciar o que é sonho e o que é um desejo”, explica.
Pesquisa | Perspectivas para o segundo semestre
- Três em cada dez consumidores sentiram piora na sua situação financeira no primeiro semestre. O motivo? Alta dos preços e diminuição da renda familiar
- Dentre as pessoas que precisaram "dar uma segurada" nos gastos, as principais medidas escolhidas foram: cortar as refeições fora de casa (56%), diminuir as idas a bares e baladas (54%) e maneirar nas compras de roupas e outros itens de consumo (51%)
Em dia
- 60% dos brasileiros declararam ter mantido as contas em dia
Mas...
- 34% disseram ter tido o CPF negativado por não pagar alguma conta
- 33% disseram ter precisado fazer empréstimos para organizar o orçamento
Pessimismo com a economia...
- 59% das pessoas acreditam que terão dificuldade para realizar algum projeto planejado para 2019 (guardar dinheiro, fazer uma grande viagem ou reformar a casa)
- 50% dizem que a economia no primeiro semestre foi pior do que o esperado
- 53% tiveram que recorrer a bicos e trabalhos extras para complementar a renda
- 46% dos entrevistados estão desempregados
- 27% tiveram de vender bens para conseguir dinheiro
Otimismo com o futuro
- 43% acham que o segundo semestre será melhor do que o primeiro
- 94% pretendem tomar alguma atitude para superar as dificuldades econômicas (pesquisar preços, organizar as contas e pagar compras à vista)
Fontes: SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil, CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e reportagem
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Eu ia comprar uma moto esportiva. Não vou mais. Viajar no fim do ano já está descartado. Se eu, que posso fazer essas coisas de boa prefiro segurar até que saia esse desgoverno, imagina o povão?