A estação Campo Belo (zona sul) da linha 5-lilás do metrô, que liga o Capão Redondo a Chácara Klabin, foi entregue nesta segunda-feira (8) com falhas pontuais, após cinco anos de atraso. Entre elas, sem a porta de segurança na plataforma de embarque.
Aliás, problema recorrente também nas demais estações de expansão da linha 5. Como é o caso da interligação Santa Cruz, inaugurada em 28 de setembro do ano passado e que tem as portas instaladas, mas sem funcionamento até hoje (veja nesta página). O que ocorre também na parada Brooklin.
Além das portas, outro problema visível na estação inaugurada foi o de goteiras. Por exemplo, na área externa do bicicletário. O pinga-pinga vinha do alto de um cano e caía direto no piso.
Do lado interno da estação, minicavaletes foram colocados em áreas do saguão de entrada e do mezanino superior que também apresentavam vazamentos. No total, são cinco pavimentos em área de 8.100 m².
Outro ponto negativo fica em uma das entradas externas da estação, localizada na avenida Santo Amaro, na esquina com a avenida Roberto Marinho. No chão, uma pequena lateral de cimento mais elevada está sendo motivo de tropeços dos passageiros, que não percebem ao virar sentido ao portão. Tanto que, durante a cerimônia de inauguração, um cavalete foi colocado no local.
No saguão de entrada com bilheterias não há máquinas de autoatendimento do Bilhete Único. A recarga pode ser feita na bilheteria, mas apenas com dinheiro _não aceita cartão de débito.
Funcionamento
Nesta primeira semana de operação, até a sexta-feira, a estação funcionará das 10h às 15h, já com cobrança da tarifa de R$ 4,30. A partir de sábado, a estação passa a funcionar em horário normal, a partir das 4h40. A estimativa é que 22 mil passageiros sejam transportados por dia no local.
Campo Belo é a última das 11 novas estações entregues nesta segunda fase de obra, que ampliou o ramal em 11,5 km. No total, a linha 5-lilás passa a ter 17 paradas, ao longo de 20 km de extensão. Também há conexões entre as linhas 1-azul e 2-verde do metrô, além da 9-esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Falta de segurança
A falta da porta de segurança na plataforma de embarque da estação Santa Cruz, que faz a ligação do ramal do Capão Redondo, no extremo sul, à região central da capital, é motivo de reclamação dos usuários.
A babá Sirleide Alves Andrade, 34 anos, que ia para região de Capão Redondo ontem à tarde, segurava pelo braço menina de 9 anos, filha de uma amiga. “Está muito perigoso essa porta aberta. Já pensou uma criança escorregar e cair no trilho”, afirma, demonstrando indignação.
A mesma opinião do açougueiro aposentado Carlos Eduardo da Silva Oliveira, 50 anos, morador no Jardim Comercial, no Capão Redondo. “A porta tem de ficar fechada por segurança. Não do jeito que está. O perigo é grande de acidente ”, afirma.
Resposta
O Metrô de São Paulo, sob a gestão do governador João Doria (PSDB), afirma, em nota, aguarda o novo cronograma da contratada para fornecer e instalar as portas de segurança nas plataformas. Segundo o Metrô, a empresa já foi multada em “mais de R$ 50 milhões” pelo atraso.
Nas estações Santa Cruz e Brooklin disse que está concluindo os trâmites para iniciar o funcionamento das portas de segurança ainda neste mês _em reportagem publicada pelo Agora, de 17 de dezembro de 2018, a data era até o dia 31 de janeiro, inicialmente.
A ViaMobilidade, concessionária responsável pela operação da linha 5-lilás, afirma, em nota, que prepara a infraestrutura dos pontos para instalação das máquinas de recarga automática de Bilhete Único, prevista para o fim deste mês.
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