No mesmo dia em que nove jovens morreram após um tumulto em um baile funk em Paraisópolis, um homem foi morto pela Polícia Militar, em Heliópolis, também durante a realização de um pancadão. As duas comunidades estão localizadas na zona sul da cidade de São Paulo e os dois casos ocorreram na madrugada de domingo (30).
Em Heliópolis, o suspeito teria fugido da Polícia Militar em direção ao baile funk que ocorria na Rua do Pacificador. Ao chegar ao local, os policiais teriam sido recebidos por pedradas e garrafadas. Alvejado durante uma troca de tiros, o suspeito foi socorrido no Pronto Socorro de Heliópolis, mas não resistiu aos ferimentos.
Ainda não existem informações sobre a identidade e o motivo pelo qual ocorreu a perseguição. Não está confirmado se ele era morador da comunidade ou se estava de passagem.
De acordo com relatos de moradores, os policiais utilizaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar o pancadão. Vídeos que circulam na internet mostram PMs encurralando frequentadores e, supostamente, agredindo-os com um cassetete.
O caso é similar ao ocorrido em Paraisópolis, quando, segundo a versão da Polícia Militar, dois suspeitos fugiram em direção a um pancadão na favela, o que teria gerado um tumulto entre as 5.000 mil pessoas que estavam no local. Recebidos com pedradas e garrafadas, os agentes teriam usado balas de borracha e gás para dispersar a multidão. Testemunhas negam que os policiais tenham sido confrontados.
Vídeos que circulam na internet mostram outro suposto excesso na atuação da PM. Entre as imagens está a de um policial batendo nos jovens que passam por ele, incluindo um de muletas.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, "todas as circunstâncias relativas às ocorrências em Heliópolis são apuradas pela Polícia Civil no 95º DP (Distrito Policial) e pela Corregedoria da Polícia Militar". O DHPP (Delegacia De Homicídios E Proteção À Pessoa) instaurou inquérito para apurar a morte em Heliópolis.
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