MP vai investigar falta de materiais para proteção de profissionais da saúde em SP

Falta de equipamentos para profissionais da saúde é denunciada pelo Sindicato dos Médicos

São Paulo

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) abriu um inquérito para investigar a falta de EPIs (equipamentos de proteção individual) para profissionais da saúde no estado. A Promotoria apura se há problemas na distribuição de materiais como álcool em gel, máscaras, luvas, avental e óculos.

Profissionais da saúde reclamam da falta de itens de proteção contra o coronavírus como álcool em gel, máscaras e luvas - Rubens Cavallari/Folhapress

O inquérito foi aberto após representação feita pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL). Segundo ele, a situação ocorre tanto em hospitais públicos, sejam municipais ou estaduais, quanto privados.

A falta de equipamentos também é denunciada pelo Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo). A entidade diz que, até a última quinta-feira (26), recebeu 115 denúncias, sendo 77 por problemas na distribuição de EPIs e 30 por fluxo inadequado no atendimento a pacientes com coronavírus.

O infectologista Gerson Salvador, diretor do Simesp, alerta que, além de colocar em risco os profissionais de saúde, a falta de equipamentos de proteção também pode prejudicar os pacientes. “Se o médico adoece, ele também poderá transmitir a doença. Ou seja, esse impacto vai se multiplicando”, explica.

Os promotores Dora Martin Strilicherk e Arthur Pinto Filho destacam que outra consequência é a diminuição no número de médicos, “posto que muitos profissionais terão que ser afastados de suas funções em caso de suspeita ou confirmação do novo coronavírus”.

Na última sexta (27), a desembargadora Sonia Maria Franzini, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), determinou que os enfermeiros com idade superior a 60 anos sejam dispensados de seus postos de trabalho. A magistrada também exige que os hospitais forneçam para os profissionais álcool gel, gorro, óculos de proteção e máscara cirúrgica.

Secretaria nega problema

A Secretaria de Estado da Saúde, gestão João Doria (PSDB), negou que haja desabastecimento de EPIs nos serviços estaduais. Segundo a pasta, foram adquiridos mais de 42,2 milhões de unidades de EPIs e outros materiais.

Além disso, a gestão afirma que em todos hospitais estão sendo cumpridos protocolos de segurança para profissionais de saúde e pacientes. Na resposta enviada pela secretaria ao Ministério Público, a pasta admite que houve problemas na distribuição de equipamentos de proteção A gestão Bruno Covas (PSDB) não se manifestou.

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