Uma série de combinações climáticas provocou o alto volume de chuvas que atingiu a Baixada Santista na noite de segunda-feira (2) e na madrugada de terça.
A meteorologista Doris Palma, da Somar, afirma que há um corredor de umidade que vem da Amazônia, passando pela região Centro-Oeste até chegar ao Sudeste. Segundo ela, essa condição se associou à baixa pressão atmosférica no litoral, entre São Paulo e o Rio de Janeiro.
"Essa combinação favorece a formação de nuvens carregadas e pancadas de chuvas", afirma.
O professor de Meteorologia Ricardo de Camargo, do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP (Universidade de São Paulo), acrescenta que houve a formação de um ciclone entre o Sul e o Sudeste, o que "organizou o escoamento da umidade vinda do continente".
Os especialistas afirmam que ainda é precipitado atribuir as tragédias na Baixada às mudanças climáticas observadas no planeta. O professor Augusto José Pereira Filho, também do IAG-USP, cita que esse tipo de ocorrência é comum no verão brasileiro.
"O ar úmido do mar é transportado em direção à escarpa da Serra do Mar. Este 'paredão' faz com que o ar úmido se eleve", explica Pereira Filho.
O especialista diz que as correntes na alta atmosfera geram instabilidade com a elevação do ar, "o que produz ascensão mais intensa sobre a Serra do Mar e haja chuva forte sobre a região e seu entorno".
Desde a última segunda-feira, a Defesa Civil do estado alertava para a possibilidade de fortes chuvas no litoral paulista.
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