Na coluna desta semana, faço um convite aos leitores: aproveitar a quarentena do coronavírus para assistir a filmes de alguns dos grandes diretores do cinema. Entre eles está um dos meus cineastas favoritos, Alfred Hitchcock, e nomes como Billy Wilder, Alain Resnais e John Huston. Assim, sugiro mais sete filmes para a próxima semana de isolamento, para ficar em casa em boa companhia. Os preços foram pesquisados no dia 16 de abril.
UM CORPO QUE CAI
Em um dos filmes mais famosos de Alfred Hitchcock, o ator-fetiche do diretor, James Stewart, interpreta um detetive que fica obcecado por uma mulher a quem deve investigar, a loira misteriosa Kim Novak. Na época de seu lançamento, em 1958, o longa foi mal recebido por crítica e público e não teve grande bilheteria. Os espectadores não gostaram da revelação do ‘segredo’ da trama no meio do filme. Hoje, “Um Corpo que Cai” é apontado como uma das obras-primas do diretor inglês. Além da genialidade de Hitchcock em conduzir a história, chama a atenção também a abertura do longa, a primeira a ser feita com computação gráfica, e a trilha sonora, mais uma colaboração entre o diretor e o compositor Bernard Herrmann.
Onde ver
iTunes: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 29,90 (compra)
Google Play: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
Looke: R$ 6,99 (aluguel) e R$ 58,99 (compra)
NOW: R$ 6,90 (aluguel) e dia 1º de maio no Telecine Cult,
às 15h50
O TESOURO DE SIERRA MADRE
O ouro muda a alma das pessoas, diz o velho garimpeiro Howard (Walter Huston) em “O Tesouro de Sierra Madre”. É o que acontece com o personagem de Humphrey Bogart, Dobbs, consumido pela ganância e desconfiança, nesta obra de 1948 do mestre John Huston (filho do ator Walter). Bogart e Tim Holt são dois moradores de rua que conhecem o velho em um albergue e são seduzidos pelas histórias de riqueza de Howard. Os três partem para uma aventura no México. Instalam acampamento em sierra Madre, e o que era companheirismo no início dá lugar à desconfiança à medida que o ouro começa a aparecer. Pelo filme, o pai Walter ganhou um Oscar de melhor ator coadjuvante, e o filho, de melhor direção.
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iTunes: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Google Play: R$ 19,90 (compra)
Looke: R$ 7,99 (aluguel)
OS INTOCÁVEIS
O diretor Brian De Palma revisita os filmes de gangsters e o clássico “O Encouraçado Potemkin” em uma nova versão da história de Eliot Ness e sua caçada a Al Capone na época da Lei Seca. O elenco é de peso: tem o então galã Kevin Costner, Sean Connery, Andy Garcia e Robert De Niro. No filme, após uma fracassada tentativa de parar o comércio de bebidas alcoólicas, Ness é aconselhado pelo policial veterano Jim Malone (Connery) a montar uma equipe de ‘intocáveis’, agentes incorruptíveis. Formado, o grupo começa o combate ao crime, tentando capturar uma peça-chave do esquema do mafioso. É quando De Palma homenageia “O Encouraçado”, com uma versão da famosa cena da escadaria, em que um berço desce os degraus desgovernado. Tudo sob a trilha sonora de outro mestre, Ennio Morricone.
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iTunes: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 9,90 (compra)
Google Play: R$ 4,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 5,90 (alug.) e R$ 23,90 (compra)
Telecine Play: grátis para assinantes
americanas.com.br: DVD por R$ 59,99
NOW: R$ 6,90 (aluguel)
FARRAPO HUMANO
Neste longa de 1945, o mestre Billy Wilder filma o drama da dependência química, encarnado na figura do escritor fracassado Don Birman. Em um fim de semana, o vício o leva a mentir para a namorada e o irmão e a fazer tudo para conseguir recursos para comprar a próxima garrafa. Ele chega a desviar dinheiro do pagamento da empregada doméstica e comete um furto. Em um momento de abstinência, sofre delírios e vê ratos em seu apartamento. Com 75 anos de história, “Farrapo Humano” continua atual em seu retrato da dependência. Conquistou quatro estatuetas do Oscar, entre elas as de melhor filme, melhor ator e melhor diretor.
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NOW: R$ 3,90 (aluguel)
americanas.com.br: DVD por R$ 35,90
HIROSHIMA, MEU AMOR
Considerado uma das primeiras obras da nouvelle vague, o longa foi a estreia do diretor Alain Resnais. No início do filme, o que vemos são cenas documentais das consequências da bomba atômica em Hiroshima, a cidade destruída, mortos, vítimas queimadas e deformadas. Em off, ouvimos a conversa de dois amantes, uma atriz francesa e um arquiteto japonês. Ela foi à cidade, 14 anos após a explosão da bomba, para participar de uma produção sobre a paz. Durante os encontros, a atriz relembra seu primeiro amor, um soldado alemão, em uma narrativa que mistura o presente e o passado.
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Looke: grátis para assinantes, R$ 3,99 (aluguel) e R$ 14,99 (compra)
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A ÚLTIMA VEZ QUE VI PARIS
Elizabeth Taylor é a alma do filme de Richard Brooks, de 1954, baseado em um conto do escritor F. Scott Fitzgerald. A atriz interpreta Helen, jovem que vive nas memórias do escritor Charles. Depois de anos longe de Paris, ele volta à cidade e relembra seu encontro com Helen em plena comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial. Helen é uma americana que mora com o pai e a irmã em Paris. Para ela, após anos tão duros, é preciso se divertir, como se não houvesse amanhã. Charles é um jornalista que cobriu a guerra. Os dois iniciam um romance e logo a busca por prazer, entremeada por álcool e traições, coloca em xeque a relação do casal.
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O HOMEM DO SPUTNIK
Oscarito e Zezé Macedo estrelam essa produção da Atlântida dirigida por Carlos Manga, em 1959. Eles interpretam um casal de caipiras que encontra um objeto que parece o satélite Sputnik no galinheiro de sua roça. A história chega à imprensa, e os caipiras se tornam celebridades nacionais. Ficam hospedados no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e se envolvem em uma trama de espionagem internacional. O longa, considerado um dos pontos altos da produção da Atlântida, traz ainda as estreias no cinema de um certo Joe Soares, como Jô Soares era chamado no início de carreira, e da atriz Norma Bengell.
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Cinemateca Brasileira: filme disponível no serviço online gratuito http://www.bcc.org.br
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