Covid-19 matou ao menos 8 profissionais dos coletivos de SP

Outras 19 mortes aguardam a confirmação por exame

São Paulo

Ao menos oito funcionários das linhas de ônibus da capital paulista morreram por causa do novo coronavírus. As informações são do Sindimotoristas (sindicato dos motoristas e trabalhadores do transporte rodoviário e urbano de São Paulo), atualizados na quarta-feira (29). Outras 19 mortes ainda aguardam resultados de exames.

Passageiros aguardam embarque no Terminal da Cidade Tiradentes (zona leste de SP) - Rivaldo Gomes/Folhapress

O levantamento feito pelo sindicato, em todas as regiões da cidade, ainda indica que foram confirmados 107 casos de contaminação por Covid-19, desde o início da quarentena decretada pelo governo estadual, em 24 de março. Além disso, há outros 457 casos suspeitos.

As zonas leste e oeste registraram, cada uma, três mortes provocadas pela Covid-19, sendo as duas regiões com o maior número de óbitos de funcionários do transporte público até o momento.

Um cobrador de 30 anos, que pediu para não ter o nome publicado, afirmou temer a contaminação pelo novo coronavírus.

Ele trabalha há dez anos, no período da madrugada, na zona sul de São Paulo. Porém, nesta sexta-feira (1º), precisou trocar para o turno da manhã e da tarde. “De noite quase não tem gente no ônibus. Mas hoje [sexta], por trabalhar de dia, acabei entrando em contato com muitas pessoas e isso me deixou com medo [de ser contaminado].”

O receio do cobrador se originou após ele ver alguns passageiros sem máscara, tossindo e não tomando nenhuma medida preventiva no coletivo. “Todos precisam colaborar”, disse.

Resposta

O Agora questionou a SPTrans (responsável pelo transporte público) e o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros). Porém, ambos não se posicionaram.

Por telefone, a SPTrans afirmou que motoristas e cobradores não são seus funcionários e, por isso, não iria comentar sobre os casos de Covid-19. A empresa que fazia assessoria ao sindicato explicou que o setor de atendimento à imprensa foi extinto, sugerindo para que a reportagem procurasse a SPTrans. A Prefeitura de SP não respondeu até a conclusão desta edição.

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