A notícia da morte de José Paulo de Andrade, na manhã desta sexta-feira (17), aos 78 anos, gerou uma grande comoção no país. Amigos, autoridades, famosos e profissionais da imprensa lamentaram a perda do ícone do radiojornalismo.
Zé Paulo, como era carinhosamente conhecido, se tornou um ícone da rádio paulistana com o programa O Pulo do Gato, que apresentava desde 1973, na Rádio Bandeirantes. Ao longo de sua trajetória, também comandou outros programas como o Jornal de São Paulo e Entrevista Coletiva.
O governador de São Paulo, João Dória (PSDB) publicou em suas redes sociais uma nota elogiando o jornalista, que estava internado no hospital Albert Einstein desde o dia 7 de julho e tinha recebido o diagnóstico de Covid-19. "Ele abrilhantou a história do rádio e do jornalismo. O País perdeu um brasileiro apaixonado e o jornalismo uma de suas principais vozes", escreveu.
O político foi endossado pelo prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB). "Há mais de 50 anos, São Paulo não acordava sem a sua voz. Sentiremos saudades, mas o exemplo de profissionalismo e de ética no exercício do jornalismo ao longo de toda a sua carreira permanecerá", destacou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou-se em sua conta oficial no Twitter. "Infelizmente, o Covid-19, essa doença terrível tratada com descaso por alguns, nos levou mais um brasileiro", disse.
No STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Alexandre de Moraes exaltou o legado do profissional. "Um dos jornalistas mais preparados que conheci. Deixa um maravilhoso legado de honradez, trabalho, conhecimento e amor ao jornalismo". O também ministro Gilmar Mendes complementou. "Jurista de formação, dedicou os últimos 57 anos da sua trajetória a uma só emissora, exercendo o sacerdócio que é a comunicação."
A Secretaria de Comunicação do Estado de São Paulo, em nota, lamentou a morte do jornalista e afirmou que ele era uma fonte de inspiração diária. "José Paulo de Andrade tinha capacidade única de analisar fatos, fazer contrapontos e garantir a excelência do debate. Ele sempre pautou sua trajetória por tratar de temas relevantes aos mais necessitados, sendo voz combativa no contraponto às ações do Poder Público, tão necessário à democracia."
Colega de emissora, o diretor de jornalismo da Band, Fernando Mitre, disse que Zé Paulo foi marcante para o rádio e para a televisão. "Voz marcante no rádio brasileiro, com importante história também na televisão, José Paulo de Andrade foi jornalista 24 horas por dia, enquanto a saúde permitiu. Estive a seu lado em grandes momentos, como nos debates históricos da Band."
Isso porque, apesar de ter a carreira construída em grande parte na Rádio Bandeirantes, o jornalista, que era formado em direito pela USP, fez aparições constantes na TV Bandeirantes, principalmente em debates eleitorais e programas sobre política.
O jornalista esportivo Milton Neves ressaltou a ampla gama de veículos em que Zé Paulo atuou. "Luto no jornalismo, no microfone e no Pulo do Gato. Zé Paulo fez TV e tudo no rádio: narrou, foi repórter volante, comentarista e grande analista político". Em seu programa online, Datena reiterou a importância do jornalista. "Para algumas pessoas, não há peça de reposição. Perdemos hoje o grande nome da Rádio Bandeirantes."
Em entrevista a este mesmo programa de Datena, o ex-governador do Ceará e candidato à presidência na última eleição Ciro Gomes (PDT) descreveu José Paulo em emblemáticas palavras. "Ele era o rádio. Impressionante a força que ele tinha à frente do microfone. Lamento demais essa perda."
O São Paulo, clube de coração do jornalista apaixonado por futebol e que foi locutor esportivo por mais de 14 anos, publicou uma nota. "Com imenso pesar, o São Paulo FC lamenta a morte do são-paulino José Paulo de Andrade, ícone do jornalismo e do rádio, que liderou a comunicação do nosso clube na década de 90", ressaltou.
O médico e dirigente esportivo com a vida ligada ao Tricolor Paulista, Marco Aurélio Cunha, disse que o jornalista inspirava novos profissionais da comunicação. "A perda de José Paulo de Andrade faz o rádio, a TV e o jornalismo mais pobres de conteúdo, de coerênci , de verdade e de imaginação. Grande são-paulino inspirava novos jornalistas. Todos aprendíamos com seus textos e opiniões."
Ainda no esporte, Paulo Soares, o Amigão, da ESPN, disse que o profissional fará muita falta. "Tive o privilégio, de por mais ou menos um ano, entre 1999 e 2000, de fazer o meu comentário as 5h58 da manhã e passar a bola para o Pulo do Gato de José Paulo de Andrade. Zé Paulo, apaixonado pelo futebol, sempre me recebeu com muita generosidade e entusiasmo. Até hoje me emociono ouvindo as transmissões esportivas da Bandeirantes e a voz marcante dele."
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