A maioria das cidades do ABC anunciou o fechamento de cinemas e teatros após o recuo da fase verde para a fase amarela do Plano São Paulo, anunciado no início da semana pelo governador João Doria (PSDB). O objetivo é conter o aumento de contaminação e internações dos casos de Covid-19 na região. As prefeituras de Santo André, gestão Paulo Serra (PSDB), e de Mauá, gestão Atila Jacomussi (PSB), foram as únicas que decidiram manter cinemas e teatros abertos com capacidade máxima de 40%.
A cidade de São Bernardo do Campo já havia tomado a decisão na semana passada. A ação ocorre após o Consórcio Intermunicipal Grande ABC confirmar uma alta de 23 pontos percentuais na ocupação de leitos exclusivos de UTI Covid-19 nos hospitais do ABC. Em 05 de novembro a taxa estava em 44%. Na segunda-feira, 30 de novembro, esse total chegou a 67%.
Para Caio Silva, presidente da Abraplex (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex), fechar cinemas neste momento é uma decisão política sem fundamento científico. “Vários estudos no mundo já demonstraram não ter sido encontrado nenhum caso de contaminação em cinemas. Como não tem coragem de fecharem onde realmente ocorrem contaminações, escolhem o cinema para mostrar que são rigorosos", afirmou.
Ele citou ainda a declaração da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, que autorizou o funcionamento de espaços públicos durante a fase amarela: “Ela afirmou na coletiva de segunda-feira que a recomendação para teatros e cinemas, assim como evento com público sentado, estão autorizados a funcionar. Todos os protocolos destes locais são rígidos e são seguidos”, disse.
A prefeitura de Santo André, justificou que decidiu manter cinemas abertos pois os espaços deram exemplo de cumprimento da regra para conter a pandemia. Segundo a nota da administração municipal, as salas estão sem aglomeração e seguem os protocolos de higiene.
O presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania), confirmou que novas medidas serão avaliadas em uma semana. “A cada sete dias iremos reavaliar e atualizar os nossos dados para anunciar as ações necessárias para minimizar essa nova onda da pandemia”, declarou. Na semana passada, o consórcio já havia enviado um ofício ao governo João Doria (PSDB) pedindo a ampliação de leitos para atendimento dos pacientes da região do ABC.
Em resposta, a Secretaria de Estado da Saúde anunciou um repasse de R$ 8 milhões. “O objetivo é prorrogar o convênio para assistência a casos de Covid-19 na região do ABC no Hospital de Urgência de São Bernardo”, informou a pasta em nota. De acordo com a secretaria, a ação faz parte do esforço conjunto, com os municípios, que alia monitoramento e preparo de leitos para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.
A pasta diz que mantém 62 leitos exclusivos para a doença no Hospital Mário Covas, em Santo André, e o Hospital de Diadema. Em ambas as unidades há leitos disponíveis para atendimento aos casos graves do coronavírus. A região do ABC registrou 83.970 casos confirmados da doença e 3.021 mortes até o dia 30 de novembro.
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