Descrição de chapéu Interior

Família de menino mantido em barril é denunciada por tortura

Criança de 11 anos foi encontrada acorrentada e desnutrida em janeiro; caso ocorreu em Campinas

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São Paulo

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) denunciou à Justiça nesta sexta-feira (12) três pessoas da família do menino de 11 anos que foi encontrado dentro de um barril, preso por correntes. Pai, madrasta e meia-irmã da criança são acusados de tortura. O caso foi descoberto em janeiro, em Campinas (93 km de SP).

Segundo o MP-SP, a promotora Adriana Vacare Tezine ainda denunciou o pai do menino por abandono intelectual, já que não matriculou nem manteve o filho na escola durante o ano de 2020.

Um menino de 11 anos foi encontrado acorrentado, dentro de um barril de ferro, no último andar da casa onde vivia com o pai, madrasta, e meia-irmã em Campinas (93 km de SP). A criança afirmou viver nestas condições há anos, sendo privada de água e comida - Divulgação/PM

Para embasar a denúncia, a promotora citou o resultado do exame de corpo de delito da criança, que apontou que ele sofreu "lesões causadas por agentes contundentes e corto-contundentes".

O pai do menino, um auxiliar de serviços gerais de 31 anos, sua mulher, uma faxineira, de 39, e a filha dela, uma vendedora de 22, seguem presos preventivamente desde que o caso foi descoberto.

Ao ser resgatada, a criança afirmou a policiais militares que estava sem água e comida havia cerca de cinco dias. A Prefeitura de Campinas abriu investigação para apurar se houve omissão e falhas de servidores públicos. A medida foi tomada após o Conselho Tutelar Sul, que acompanhava o caso do garoto havia mais de um ano, afirmar não ter detectado sinais de que a vítima era torturada.

Desde que foi resgatado pela polícia, o menino permanece em um abrigo a pedido do MP-SP. Uma vaquinha virtual organizada para ajudar a criança já arrecadou, até esta sexta, R$ 61.197, além de brinquedos e roupas.

O MP também solicitou um IP (Inquérito Policial) à Polícia Civil para investigar a divulgação na internet de imagens da criança enquanto ela estava internada em um hospital municipal. O ato é proibido pela Constituição Federal e pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

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