Escolas estaduais ficarão abertas, a partir desta segunda-feira (15), apenas para alunos que necessitem de merenda e também para a distribuição de materiais didáticos e chips, mas somente com agendamento prévio. A recomendação é a de que as atividades nas escolas —estaduais, municipais ou particulares— sejam reduzidas ao mínimo necessário, para evitar infecções pela Covid-19. Ainda é permitida a presença de até 35% dos alunos em unidades de ensino, de forma geral.
A Secretaria Estadual da Educação também adiantou os recessos de abril e outubro, entre os próximos dias 15 e 28. Alunos não terão atividades obrigatórias nesse período, mas o Centro de Mídias seguirá oferecendo reprises de aulas como forma de reforço.
A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Bruno Covas (PSDB), afirmou por telefone, por volta das 18h30 desta quinta-feira (11), ainda avaliar se iria também suspender aulas presenciais em sua rede de ensino.
A fase emergencial ocorre entre os dias 15 e 30 em todo o estado de São Paulo, impondo toque de recolher das 20h às 5h, além de proibir eventos religiosos, esportivos e a permanência de pessoas em parques e praças.
O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta que 3,3 milhões de estudantes da rede estadual de ensino irão iniciar antecipadamente o período de recesso, durante a fase emergencial. "As escolas devem se organizar para definir quais membros da equipe escolar estarão presentes a cada dia para realizar as atividades necessárias", diz trecho de nota, se referindo às merendas, materiais didáticos e chips.
Escolas municipais e particulares, segundo o governo estadual, terão autonomia para decidir se irão manter aulas presenciais, ou não, desde que respeitado o limite de 35% de alunos, garantindo o cumprimento de protocolos sanitários.
Ambiente escolar é propício para disseminar vírus, afirma professora
Desde 2008 na rede estadual de ensino, a professora Monica Fonseca Wexell Severo, 48 anos, afirmou ao Agora, na tarde desta quinta, que o anúncio feito pelo governo estadual repete alertas feitos por educadores desde o início da pandemia da Covid-19.
“O governo reconheceu nesta decisão que estamos [professores] cobertos de razão, em todos os nossos argumentos de prevenção à Covid-19. Não precisa dar o crédito para a gente, protegendo vidas é o que importa. Não estamos em uma disputa de braço”, afirmou Monica, que dá aula na Escola Estadual Caetano de Campos.
Ela acrescentou que o ambiente escolar é propício para a disseminação de doenças, principalmente durante uma pandemia. “Sabemos que as pessoas transmitem [o vírus] sem ter sintoma. Manter as escolas abertas é para o novo coronavírus como se deixar um pote de água, para mosquitos da dengue”, comparou a educadora, que também é mestre em filosofia.
Sobre eventuais defasagens educacionais, Mônica usou o neto de cinco anos como exemplo. Ela reconhece que o garoto está perdendo um tempo importante de socialização, impedido com a pandemia. “Mas, mesmo assim, não é a hora dele ir para a escola. Ele recupera depois o que perder [de conteúdo], mas se ele morrer ou ficar com alguma síndrome neurológica, desconhecida até pela medicina, perco meu neto”, afirmou.
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