Moradores de São Bernardo do Campo (ABC) firmaram parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia para implantar sensores que monitoram o nível dos rios e córregos da região. O objetivo do projeto é auxiliar na prevenção de enchentes e alagamentos.
A iniciativa da Associação de Moradores do Jardim Orlandina teve apoio da prefeitura, gestão Orlando Morando (PSDB). Dois sensores foram instalados na cidade em janeiro deste ano para realizar a análise das águas do ribeirão dos Meninos, que corta o bairro Jardim Orlandina, e a estação elevatória Vila Vivaldi.
"Houve uma necessidade de entender o comportamento do rio para que a gente pudesse, primeiro, criar alertas para a defesa civil e para a população. Em segundo lugar, entender como é que o rio se comporta ao longo das chuvas e poder predizer quando não está mais fluindo da forma certa", explica Fernando Martins, professor responsável pela Divisão de Eletrônica e Telecomunicações do Centro de Pesquisas do Instituto Mauá de Tecnologia.
O equipamento mede a altura das águas e gera dados que podem antecipar cenários de risco. Assim, é possível detectar, por exemplo, uma necessidade de limpeza e localizar pontos de obstrução nos cursos d' água.
"Nós simplesmente medimos a altura do rio a cada tantos minutos para que a gente consiga observar, quando a chuva torrencial acontece, como o rio enche e como ele se esvazia", esclarece Martins.
Os sensores não precisam da infraestrutura de fios e tomadas e consomem pouca energia, pois são capazes de serem alimentados por energia solar e baterias. No instituto, uma antena capta o sinal dos equipamentos e os dados coletados são enviados para uma plataforma virtual.
No caso de São Bernardo, o custo de instalação de cada sensor foi de cerca de R$ 550 e o sistema de comunicação é todo integrado às tecnologias já existentes no instituto.
"Estamos fazendo uma parceria agora com São Bernardo e São Caetano [também no ABC] para aumentar o número de sensores e tentar ver como é o fluxo do alagamento, como podemos ter um sistema de previsão com alarme, para garantir que não tenhamos mais óbitos, como aconteceu em anos passados", acrescenta o professor do insti.tuto.
A perspectiva agora é criar uma comissão regional para atuar na expansão do sistema de sensores e no aperfeiçoamento da coleta de dados para um melhor entendimento da rede fluvial.
O professor reforça a importância desta união entre o instituto e do poder público. "O que a gente entende aqui é da engenharia e da matemática, e lá eles entendem do que realmente o que a população precisa", diz Martins.
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