Creche, ONG e UBS sofrem com furtos na capital paulista e em Santo André

Mãe de aluno relata vandalismo e diz que perdeu as contas das ocorrências em CEI na Barra Funda

São Paulo

Nos últimos dias, ladrões têm feito furtos e vandalismo em sequência em uma creche localizada na zona oeste da capital paulista, uma UBS, que fica na zona leste, e em uma ONG de Santo André (ABC).Os três crimes não têm ligação entre si, mas têm tirado a paz e o sossego dos trabalhadores e moradores dessas regiões.

Só no CEI (Centro de Educação Infantil) Raphaela Capellano Dias, que fica na Barra Funda e atende crianças entre quatro meses e três anos de idade, foram umas sete ou oito vezes. "Confesso que já perdi as contas”, contou a mãe de um aluno de dois anos, que preferiu não se identificar.

Segundo ela, os criminosos já levaram desde maio, quando teria começado a onda de crimes, panelas, torneiras, fios de energia, computadores, micro-ondas, alimentos, marmiteiros, filtros de água entre outros. “Quinta-feira passada foi ainda pior. Eles defecaram no chão e jogaram alimentos pela escola”. A mulher disse que o filho já perdeu, no mínimo, dez dias de aula por falta de infraestrutura da escola infantil.

Para que os alunos não sejam ainda mais prejudicados pela onda de furtos, a mãe da criança conta que os pais se uniram para realizar doações de materiais à creche, como produtos de limpeza, potes, leiteiras e panelas. Além disso, por questões de segurança, parte do material escolar é levado para outra CEI. Já o restante se divide entre as casas de funcionários e vizinhos. “Estamos todos muito tristes com essa situação”, lamentou a mulher.

ONG é furtada cinco vezes em 45 dias

Já em Santo André (ABC), a ONG Adiabc (Associação de Diabetes do ABC) foi alvo de furtos e vandalismo cinco vezes em 45 dias, afirmou Eliete Aleixo Gnan, administradora da associação. Só na semana passada ela disse que foram dois dias seguidos de invasão. “Levaram quatro botijões de gás, um fogão, 300 metros de alambrado, motor da geladeira, panelas, torneiras, talheres, liquidificador, batedeiras, bebedouro elétrico, ferramentas de manutenção e até medicamentos, como insulina”, afirmou.

De acordo com a administradora, a Adiabc conta com 2.800 associados e atende cerca de 400 pessoas por mês. O espaço promove atividades educativas para diabéticos e suas famílias, com palestras, cursos e orientações. “Acabaram com nossa condição de ajudar”, lamentou Gnan.

Eliete diz que a ONG convive ao lado de um reduto ocupado por usuários de drogas há mais de uma década, e que seriam eles os principais suspeitos de cometerem os ataques. Ela garante que já registrou diversos boletins de ocorrência, mas a segurança não foi reforçada. “Como não tem ronda na região, os 'noias' estão fazendo a festa”, afirmou. “A tristeza permanece, mas o nosso sentimento agora é de recomeçar do zero”, acrescentou Gnan.

UBS na zona leste sofreu tentativa de furto

Na tarde deste domingo (6), um homem de 22 anos foi preso em flagrante por furto qualificado à UBS Águia de Haia, que fica na rua Tantas Palavras, em Itaquera (zona leste).

De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a Polícia Militar foi até o local e flagrou o autor, na porta de entrada do posto segurando uma televisão de 42 polegadas. Um alicate foi apreendido.

À polícia, uma enfermeira confirmou que a televisão pertencia ao estabelecimento. Segundo ela, o local onde ficam armazenadas vacinas contra Covid-19 estava danificado, no entanto, não foi constatado furto.

O segurança da UBS compareceu à delegacia informando que identificou o furto após analisar câmeras de monitoramento e, ao chegar ao local, encontrou os PMs com o rapaz. O homem foi autuado em flagrante e conduzido ao 24º DP (Ponte Rasa).

A Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), por meio da Coordenadoria Regional de Saúde Leste, da Secretaria Municipal da Saúde, confirmou que não houve vítimas ou itens furtados. A unidade registrou boletim de ocorrência. Disse ainda que a GCM realiza rondas periódicas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Resposta

Em Santo André, a gestão do prefeito Paulo Serra (PSDB) disse que representantes da prefeitura estiveram no local e, nos próximos dias, dará início a intervenções de melhoria na área.

A GCM (Guarda Civil Municipal) da cidade afirmou que está estudando a ocupação de uma parte da área com um equipamento de segurança para melhorar as condições do bairro. Além disso, tem reforçado as rondas no local e efetuado prisões.

Uma comissão com moradores e representantes da associação foi criada para continuar as conversas na Prefeitura.

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), disse que as investigações já estão em andamento. Disse ainda que a Polícia Militar realiza patrulhamento ostensivo constante na área por meio da Rocam (ronda com motocicletas), Força Tática, Rádio Patrulhamento e Policiamento Comunitário, e que vai intensificar as ações a partir da análise dos índices criminais.

Sobre o CEI (Centro de Educação Infantil) Raphaela Capellano Dias, a Prefeitura de São Paulo, por meio da SME (Secretaria Municipal da Educação), disse que a direção da escola registrou boletim de ocorrência e, juntamente com a Diretoria Regional de Educação da região, está tomando todas as providências para a reposição de todos os itens furtados. Um ofício foi enviado para a GCM (Guarda Civil Metropolitana) e Polícia Militar da região para intensificar a ronda no entorno.

Já a Secretaria Municipal de Segurança Urbana informa que a GCM já reforçou as rondas para resguardar a unidade escolar.

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