O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), um dia depois de afirmar que planeja liberar as festas de Réveillon para a próxima virada do ano e do Carnaval em 2022 na cidade, disse nesta sexta-feira (2) que foram criados grupos de trabalho com as secretarias para planejar a reabertura de espaços de lazer na avenida Paulista e no vale do Anhangabaú, ambos na região central. A ideia é colocar o projeto em prática quando 70% da população da cidade estiver vacinada contra a Covid-19.
A definição de grupos ocorreu em reunião com as secretarias da Saúde, de Governo, de Assistência Social e de Cultura da capital paulista.
“A reunião aconteceu ontem [quinta] com a participação de várias secretarias e foi decidido que é possível fazer a retomada, inclusive a reabertura dos espaços como Paulista e [vale do] Anhangabaú, quando atingirmos 70% das pessoas da cidade vacinadas. Com esse número, São Paulo começa a fazer sua reabertura, inclusive com um Réveillon bonito, uma grande ação de Natal, o Lollapalooza [festival de música] e o Carnaval”, disse Nunes, em entrevista durante visita ao Residencial Vila dos Idosos, no Pari (zona norte da cidade).
“Dentro dessa reunião ficou decidido criar dois grupos de trabalho, onde, em ambos, estará a participação da Saúde, com os protocolos e orientações sobre como a prefeitura vai agir e se comunicar com a população da cidade para poder ter o acesso ao lazer novamente, mas de forma segura para todos. Vai ser estudado. A definição que chegamos é atingindo 70% da população vacinada, a gente começa a fazer um processo de reabertura, em paralelo com o projeto de retomada econômica”, completa o prefeito.
O vale do Anhangabaú, que sofreu diversos atrasos em sua obra e foi alvo de muitas críticas de urbanistas, deverá, assim, finalmente ser inaugurado oficialmente, apesar de o local já ser usado nos fins de semana, principalmente por skatistas e patinadores. E a avenida Paulista, que ficava aberta exclusivamente para pedestres e ciclistas aos domingos, deve voltar a ter público.
Apesar dessa perspectiva, o prefeito não especificou se esses 70% de pessoas imunizadas contariam apenas com pessoas com as duas doses da vacina ou apenas uma.
Até esta quinta-feira, 7,2 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas na cidade de São Paulo, sendo que 5,4 milhões para primeira dose.
Carnaval
Especificamente sobre o Carnaval, Ricardo Nunes afirmou que “devemos ter o maior Carnaval do país na cidade de São Paulo.”
José Cury Filho, um dos fundadores e um dos coordenadores do Fórum dos Blocos de São Paulo, que enviou uma carta ao prefeito na última quarta-feira (30), disse que tem um cronograma pronto para os blocos de rua da capital paulista, mas que é contra o Carnaval sem insegurança sanitária.
“Eu acho que é ainda inseguro dizer se vai ser fácil ter Carnaval, mas a pandemia nos ensinou que a cada dois meses podemos ter uma novidade. Se em outubro a novidade for boa, a gente se anima. Se em dezembro a novidade for ótima, a gente está pronto. Agora se for ruim, paciência, trabalhamos, mas não vai ter”, afirmou o coordenador do fórum.
Segundo o organizador, o ideal é dar início aos trabalhos em agosto. “Temos um cronograma pronto para apresentar para a prefeitura para um Carnaval bem realizado. Começar em agosto é ótimo, terminando as inscrições dos blocos em outubro para os desfiles em fevereiro. Mas sempre pontuando que os blocos podem desistir”, afirma.
A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo disse ter recebido com otimismo a notícia da possibilidade de os desfiles no Sambódromo voltarem. Desde o início da pandemia, a liga foi taxativa em afirmar que só consideraria a realização do evento quando os indicadores de controle da Covid-19 permitissem. Agora, com o avanço da vacinação e queda no número de internações, é possível planejar a festa", afirmou em nota o presidente Sidnei Carriuolo
"O caminho é planejar a retomada com responsabilidade, nos preparando para quando fevereiro chegar, fazendo a cadeia produtiva do Carnaval andar", disse.
O Carnaval e o Réveillon foram cancelados pela gestão municipal por causa da pandemia de Covid-19. A tradicional festa na avenida Paulista não foi organizada na última virada de ano e o Carnaval chegou a ser cogitado para ser realizado em julho, mas houve o cancelamento depois.
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