A Polícia Civil identificou e pediu a prisão temporária do suspeito de matar o advogado Daniel Mourad Majzoub, 47 anos, após uma discussão de trânsito, na noite de sábado (7), em Santana (zona norte da capital paulista).
O 20º DP (Água Fria), que investiga o caso, afirmou que o pedido de prisão foi aceito pela Justiça, porém, sem dar detalhes sobre a identidade do atirador. A delegacia também não esclareceu se a prisão temporária é de cinco ou de 30 dias.
"O advogado do suspeito está em tratativas para apresentá-lo. As investigações seguem por meio de inquérito policial a fim de localizar testemunhas que possam auxiliar no esclarecimento dos fatos", diz a delegacia, por meio da SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Até a publicação desta reportagem, a pasta não havia confirmado a prisão do suspeito.
Segundo registros do 20º DP, o filho do advogado afirmou que o pai se envolveu em uma discussão com um motorista, quando trafegavam pela avenida Nova Cantareira. O motivo da desavença não foi informado.
Imagens de uma câmera de monitoramento mostram Majzoub descendo do carro e indo até a janela do outro veículo. Após dar um tapa no motorista, ainda segundo registrado pela câmera, o advogado retorna ao seu veículo, quando a porta do lado do passageiro do carro suspeito é aberta.
O registro mostra o advogado retornando até o assento do motorista de seu carro, já ferido. Em seguida, seu filho e uma mulher desembarcam do veículo, pela porta do passageiro, e vão de encontro à vítima.
Ainda em seu relato à polícia, o filho do advogado afirmou que o pai deu as costas ao outro veículo, quando alguém atirou e fugiu em seguida. A polícia apura se o disparo foi dado pelo motorista ou pelo passageiro.
A vítima foi levada no próprio carro ao Pronto-Socorro São Camilo, onde morreu em decorrência de uma hemorragia, provocada pelo tiro sofrido, segundo a equipe médica que o atendeu. A polícia não disse quem dirigiu o veículo ao hospital.
O caso foi registrado no 20º DP como homicídio qualificado por motivo fútil.
Entidades lamentam morte
Em nota de pesar, a Abrig (Asociação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais) se solidarizou com a família do advogado Daniel Mourad Majzoub, "em razão de seu falecimento precoce."
"Manifestamos nossos sinceros e profundos sentimentos por essa perda, e nossa eterna gratidão pela dedicação de Daniel à Abrig", diz trecho da nota.
O Consulado Geral do Líbano, no Rio de Janeiro, afirmou também em nota ter "consternação, indignação e revolta" com relação à morte do advogado.
O currículo da vítima foi destacado pelo Consulado. Segundo a plataforma Lattes, neto de libaneses, Majzoub era graduado em direito empresarial e tributário pela USP (Universidade de São Paulo), tinha especialização em contabilidade tributária pela Escola Superior de Advocacia, mestrado em direito das relações econômicas internacionais pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e com experiência profissional na área de direito internacional, com ênfase em direito empresarial e criminal.
"A comunidade libanesa no Brasil está inteiramente chocada com esse brutal e covarde assassinato, e espera que o assassino seja preso o mais rápido possível", afirma o Consulado em trecho de nota de pesar.
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