Descrição de chapéu Coronavírus Zona Sul

Sala de aula enche com fim de rodízio na rede municipal de SP

Funcionária de escola na zona sul diz que 90% dos matriculados compareceram pela manhã

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São Paulo

O primeiro dia do retorno das aulas presenciais sem o rodízio de alunos na rede municipal de ensino de São Paulo foi marcado por salas cheias na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professora Sylvia Martin Pires, na Vila da Saúde (zona sul da capital paulista).

A partir desta segunda-feira (25), as escolas da rede municipal podem receber 100% dos alunos simultaneamente, sem a necessidade de distanciamento social. Dessa forma, não é mais necessário o rodízio, em que parte dos alunos ia para a escola e outra parte tinha aula de forma remota.

A medida atinge 4.000 escolas e 1 milhão de estudantes da rede.

No entanto, os pais que ainda não sentirem segurança para enviar seus filhos às escolas podem continuar com o ensino remoto, pois a presença em sala de aula ainda é facultativa.

Na Emef da zona sul, que atende pela manhã adolescentes de turmas de 6° ao 9° ano e à tarde crianças do 1° ao 5° ano, 90% dos alunos regulares se apresentaram para as aulas presenciais na manhã desta segunda-feira (28), segundo a direção.

"Hoje, temos o dobro [em relação ao período com rodízio]. Eu tinha 10 em cada sala, hoje tenho 20, 25 alunos em cada sala", disse a assistente da diretoria Kátia Vilela.

Segundo ela, os outros 10% ainda preferem ficar sob aulas remotas. "A gente observou que são pais de crianças que não foram vacinadas, muitas menores de 12 anos. [Também] há um número pequeno de crianças que moram com os avós ou pessoas com comorbidade", disse Kátia, ao mencionar a ausência de alguns adolescentes.

Alunos em sala de aula na Emef Professora Sylvia Martin Pires, na zona sul da capital paulista - Rivaldo Gomes/Folhapress

A Secretaria Municipal de Educação, gestão Ricardo Nunes (MDB), diz que pais e responsáveis que decidirem continuar com a aula remota devem assinar um termo de responsabilidade e no comprometimento para a participação das atividades. O uso de máscaras e álcool em gel continua obrigatório na escola.

A reportagem constatou que, em uma sala de 9° ano, das cerca de 30 mesas e cadeiras disponíveis, 27 estavam ocupadas pelos estudantes.

Um dos alunos que voltaram a ter contato com professores e colegas foi um adolescente de 14 anos. O estudante do 9° afirmou que havia se afastado das aulas presenciais desde o início da pandemia por morar em um apartamento com a avó de 67 anos.

O jovem disse que tomou a primeira dose da vacina contra o coronavírus, e que aguarda pela segunda, que deve ser aplicada em novembro. Sem ir para a escola, ele assistia o conteúdo das aulas pela interneet.

"Desde fevereiro não houve nenhum caso de Covid na escola. É um trabalho difícil, que a gente tem que ficar atento o tempo inteiro", disse Kátia Vilela. Ainda segundo ela, as conversas com os pais são mantidas para uma melhor adequação aos procedimentos. "Se a gente notar que algum aluno não está conseguindo acompanhar o protocolo, a gente aconselha aos pais que ele continue no ensino remoto."

Pais são favoráveis ao retorno

Assim como os alunos e funcionários da Emef Professora Sylvia Martin Pires, os pais com filhos matriculados na Emef Roberto Plínio Colacioppo, no Jardim Celeste (zona sul da capital paulista), também se mostraram despreocupados com o retorno das aulas presenciais em sua totalidade.

A visão é de que o ensino remoto não consegue fazer com o que a criança absorva melhor o aprendizado, essa foi a queixa da motorista de transporte por aplicativo Karla Pereira Borges, 39, mãe de uma menina de sete anos matriculada no 2° ano.

"Eu acredito que não tenha mais problema. Ela já estava vindo. Acredito em uma melhora na educação, porque em casa a gente não consegue ensinar da forma que os professores ensinam. Ela teve muita dificuldade em aprender a ler e escrever em casa."

Já a dona de casa Luana Amorim, 31, alegou que seu filho já comparecia normalmente quando do rodízio promovido pela Secretaria Municipal de Educação, mas que se questionava sobre alguns locais abertos ao público já sem restrição. "Eu achei interessante a volta às aulas. Era preciso. Se os parques estão abertos, por que as escolas não voltam?"

Ela ainda diz que seu filho, um menino de sete anos, matriculado no 1° ano, carrega na mochila outras três máscaras, além da que usava no rosto. Segundo Luana, a orientação é para que ele troque ao longo do período na escola.

Além das duas mães, o porteiro Senival Lins, 43, também aguardava na fila até que sua filha de sete anos entrasse na unidade de ensino. Ele também disse não temer o retorno das turmas por completo na escola. "Já está voltando ao normal. Não está 100%, mas não tenho receio."

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