Cidade do México-1968: Jogos de protestos e recordes
Brasil conquistou uma medalha de prata e duas de bronze
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Na primeira vez em que a Olimpíada foi disputada na América Latina, a Cidade do México foi a escolhida. E a própria escolha já foi controversa, devido à altitude de 2.800 m acima do nível do mar, que favorece provas curtas de velocidade, salto e arremesso, mas dificulta as de média e longa distância, natação e ciclismo.
O resultado foi que todas as provas masculinas de corridas abaixo de 400 m, mais os saltos em distância e triplo tiveram seus recordes mundiais superados. O mais destacado foi o do salto em distância (8,90 m), do norte-americano Bob Beamon, que demorou 22 anos para ser batido.
Além dessas marcas, essa edição também ficou marcada pelo protesto dos norte-americanos Tommie Smith e John Carlos, respectivamente ouro e bronze nos 200 m rasos. No pódio, eles ergueram um punho com uma luva preta durante o hino nacional para protestar contra a segregação racial de seu país, em uma saudação do grupo Panteras Negras, organização política e revolucionária que lutava pelo fim da violência contra os negros. Após o protesto, os dois foram expulsos da Vila Olímpica.
Quem também protestou, mas sem punição, foi a tcheca Vera Caslavska. Ganhadora de quatro ouros e duas pratas na ginástica artística, ela se recusou a cumprimentar as rivais soviéticas nos pódios, isso dois meses após a União Soviética invadir seu país, a então Tchecoslováquia.
A Olimpíada foi disputada por 5.516 atletas (781 mulheres) de 112 países. Os EUA lideraram o quadro de medalhas com 107 (45 ouros, 28 pratas e 34 bronzes) contra 91 da União Soviética (29 ouros, 32 pratas e 30 bronzes).
O Brasil levou 84 atletas (3 mulheres) e conquistou prata com Nelson Prudêncio no salto triplo e bronze com Servílio de Oliveira, no boxe (peso-mosca); e Reinald Conrad e Bukhard Cordes, no iatismo (classe flying dutchmann).
Duas cervejas causaram a primeira punição por doping
Os Jogos do México foram os primeiros a testarem para uso de substâncias proibidas (narcóticos e estimulantes), e o sueco Gunnar Liljenwall foi o primeiro punido, por excesso de álcool. No pentatlo moderno por equipes, ele revelou ter bebido duas cervejas para acalmar os ânimos no tiro e teve de devolver o bronze.
Velocista mexicana é a primeira mulher a acender pira olímpica
A cada edição olímpica, a participação das mulheres aumentava. No México, a velocista Enriqueta Basilio, de 20 anos, se tornou a primeira a acender a pira olímpica, sob aplausos de 100 mil pessoas no estádio. No entanto, a esperança dos anfitriões não se concretizou e ela não passou das eliminatórias dos 400 m rasos, 80 m com obstáculos e revezamento 4x100 m rasos.
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