Polícia prende suspeito de torturar adolescente em supermercado

Um homem de 37 anos, que estava foragido, foi capturado nesta sexta-feira

 polícia prendeu na tarde desta sexta-feira (6) um dos suspeitos de chicotear um adolescente, de 17 anos, que furtou barras de chocolate de um supermercado na zona sul de São Paulo. O Davi de Oliveira Fernandes, 37 anos, foi levado ao 80º DP, na Vila Joaniza, onde a investigação corre em segredo de Justiça. O outro suspeito, que continua foragido, tem 49 anos.

O adolescente de 17 anos que aparece em vídeo sendo torturado após tentar furtar chocolate em um supermercado na Vila Joaniza, na Zona Sul de São Paulo, disse à polícia que foi chicoteado com fios elétricos trançados e ameaçado de morte. Dois seguranças suspeitos da tortura foram afastados. - Reprodução

Os suspeitos eram seguranças do supermercados Ricoy. O chicote, que teria sido feito de fios entrelaçados de energia, cortou as costas da vítima e deixou marcas. Um vídeo de 40 segundos mostrou as agressões.

No vídeo, o adolescente é chicoteado nas costas e se contorce de dor a cada novo golpe recebido. O espancamento ocorreu numa manhã do mês de agosto dentro do estabelecimento comercial. O vídeo da sessão de tortura parou nas redes sociais e forçou a polícia a abrir um inquérito na segunda-feira (2).

Segundo o delegado Pedro Luís de Sousa, do 80° DP, o segurança preso tem histórico de apropriação indébita. O outro, por lesão corporal contra mulher. 

Na quarta-feira (4), o  delegado afirmou acreditar que o caso não foi isolado - há mais duas investigações de possíveis torturas, uma delas contra um menino. “Acho que o chicote foi usado outras vezes [dentro do supermercado], já que pequenos furtos são corriqueiros no local.”

O titular do 80° DP afirmou ainda que o crime de tortura, em que os dois seguranças são acusados, é inafiançável, imprescritível e não pode nem ser perdoado mediante indulto oferecido pela Presidência 
da República.

Respostas

Em nota enviada no início da semana, a KRP Valente Zeladoria Patrimonial, que fazia a segurança do supermercado, lamentou os “horríveis fatos” atribuídos aos dois seguranças. “Ambos já foram desligados da empresa”, afirmou.

O grupo Ricoy contratou uma assessoria para mediar a crise na imagem do negócio, que possui 50 lojas espalhadas pelos extremos das zonas sul e leste da capital paulista.

A rede classificou de falsa e descabida a afirmação de que usa métodos escusos para tratar de casos de furto em suas lojas. “O grupo jamais estimulou a violência, a discriminação, a coação, o constrangimento ou a força desmedida e desnecessária. Qualquer um desses métodos são inaceitáveis nesta ou em qualquer época", afirmou em nota.

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