Polícia prende quadrilha que invadia prédios de luxo em São Paulo

Criminosos fingiam ser parentes e entravam em apartamentos de vítimas que estavam fora de casa

São Paulo

Quatro adolescentes foram apreendidos e um adulto preso na manhã desta terça-feira (19), suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em invadir e furtar apartamentos de luxo na cidade de São Paulo.

Os menores têm idades entre 13 e 16 anos, segundo a polícia. A identidade do maior não foi informada. A defesa deles não havia sido localizada até a publicação desta reportagem.

O delegado Roberto Monteiro, titular da 1ª Delegacia Seccional do centro, afirmou que o bando, além de furtar apartamentos de alto padrão, também realiza o crime conhecido como “quebra vidro”. “Eles quebram os vidros de veículos, quando as vítimas estão paradas no trânsito, e levam celulares e objetos”, explicou.

A quadrilha é investigada desde 6 de dezembro, quando a Polícia Civil constatou aumento em furtos de apartamentos de luxo. Em exato um mês, segundo a polícia, os criminosos invadiram ao menos seis imóveis nas zonas leste, oeste e também em São Bernardo do Campo (ABC).

“Com base em imagens de câmeras de monitoramento, conseguimos identificar que os suspeitos participaram dos [seis] crimes”, explicou Fernando César de Souza, delegado titular do 78º DP (Jardins).

Com os suspeitos identificados, a polícia solicitou e a Justiça expediu mandados de apreensão, no caso dos menores infratores, e de prisão contra o adulto. Os quatro adolescentes e o maior foram detidos na região central de São Paulo.

Segundo Monteiro, antes de invadir os prédios a quadrilha recebia informações privilegiadas, passadas por pessoas que supostamente trabalham ou frequentam os condomínios. “Eles [suspeitos] sabiam qual apartamento estava vazio e também o nome dos moradores do local”, disse o policial.

Com a quadrilha presa nesta terça-feira (19), no centro da capital paulista, a Polícia Civil apreendeu celulares, bolsas e relógios de luxo, além de dinheiro. Os itens foram furtados de apartamentos de luxo. O bando é suspeito de realizar ao menos seis furtos de imóveis de alto padrão, em um mês, nas zonas leste e oeste de SP e São Bernardo do Campo (ABC) - Divulgação/Polícia Civil

Entrando nos condomínios

Para entrar nos prédios, explicou o delegado Fernando César, os menores se passavam por parentes ou conhecidos das vítimas. “Os suspeitos têm boa aparência, olhos claros, um deles usava quipá [boina usada por judeus] para conseguir entrar [nos condomínios].”

Ainda segundo a polícia, em alguns casos os indivíduos usavam mochilas e seguravam cadernos e livros, além de também estarem acompanhados de garotas, que fingiam ser namoradas. Isso tudo era feito para enganar porteiros, que em alguns casos permitiram a entrada dos criminosos nos prédios.

Dentro dos edifícios, os rapazes iam direto ao apartamento vazio, indicado previamente por um comparsa de dentro do condomínio. Para entrar nos imóveis, os ladrões arrombavam portas com um pé de cabra ou usavam uma chave micha (que abre qualquer tipo de fechadura).

O perfil de vítimas da quadrilha, aponta a investigação, são pessoas de origem chinesa, árabe ou judaica.

Com o grupo a polícia apreendeu celulares, bolsas e relógios de luxo, além de dinheiro em espécie. O valor estimado dos objetos não foi informado.

O 78º DP tenta identificar quem passava informações privilegiadas ao bando e também as pessoas que compravam os itens furtados nos condomínios.

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