Ação de testagem de Covid-19 em Paraisópolis, em SP, é prolongada após sobra de exames

Iniciativa terminaria nesta sexta-feira (25), mas cerca de 4.000 testes ainda estão disponíveis para os moradores da comunidade

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São Paulo

Uma ação social promovida pelo G10 Favelas em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, realizou cerca de 1.000 testes gratuitos de Covid-19 em moradores da comunidade. O número, fornecido pela Predikta, empresa responsável pela tecnologia da iniciativa, corresponde a apenas 20% dos 5.000 testes disponíveis.

Segundo a coordenadora do G10 Favelas, Jane Lima, a ação será prolongada devido à sobra de testes. A iniciativa "Saúde, Paraisópolis!" teve início no dia 14 de junho e tinha seu encerramento programado para esta sexta-feira (25).

"Nos alinhamos hoje [sexta] e vamos testar o resto das pessoas até terminarmos os 5.000 testes", explicou Jane. Segundo ela, a prioridade inicial era a testagem dos "presidentes de rua", moradores voluntários que são responsáveis por atender cerca de 50 famílias da região. Os testes agora serão abertos para toda a comunidade.

Teste contra o novo coronavírus é realizado na comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo - Eduardo Anizelli/ Folhapress/Folhapress

O procedimento é realizado das 8h às 16h no pavilhão social do G10 Favelas. Na ação, a triagem dos moradores é feita em totens de atendimento digital, que coletam informações pessoais, aferem a temperatura e realizam um questionário sobre sintomas da doença.

Após a triagem, as pessoas são encaminhadas para a realização do teste RT-PCR e o resultado sai em 48 horas. Para o procedimento, 5.000 testes foram disponibilizados pela empresa Seegene Brasil.

"Caso a pessoa seja diagnosticada com Covid-19, ela é direcionada até uma UBS [Unidade Básica de Saúde] e são disponibilizados mais cinco testes para parentes que tiveram contato com ela", explica Francisca Rodrigues, que trabalha na equipe de comunicação do G10 Favelas.

Foi estabelecida uma ordem de testagem para facilitar a logística e evitar aglomerações. Segundo Francisca, a primeira etapa de testes foi realizada entre os funcionários do G10 Favelas, que estão na linha de frente das ações de mitigação da Covid-19.

Na sequência, foram testados os "presidentes de rua". Em uma terceira etapa, as famílias atendidas por esses moradores passaram pela triagem. A última fase foi aberta ao público geral, seguindo uma distribuição entre as microrregiões de Paraisópolis: Fazendinha, Antonico, Brejo, Centro, Grotinho e Grotão.

O gestor de logística Caio Ferreira Santos, 25, trabalha no pavilhão social do G10 Favelas, local em que a testagem foi realizada. Mesmo sem sintomas, passou por teste nesta sexta-feira.

"Eles dividiram por etapas a testagem dos setores que trabalham aqui para não ficar muito tumultuado, nem ter aglomeração. Achei que foi tranquilo", conta.

De acordo com a coordenadora do G10, Jane Lima, uma ação como essa ajuda a entender a atual situação de Paraisópolis. Com os dados, segundo ela, novos programas podem ser criados e é possível pedir um maior acompanhamento da prefeitura para a comunidade.

"Mantemos sempre contato com os postos de saúde e o nosso maior objetivo é que as pessoas possam obter o tratamento de forma adequada logo que se detecte o vírus", complementa.

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