Um erro em uma reforma na UBS (Unidade Básica de Saúde) Humaitá, na Bela Vista (centro de SP), deixou a unidade sem a rede de gases medicinais. A estrutura deveria ter sido reformada, porém, foi desativada. Agora são utilizados cilindros de oxigênio.
Segundo uma funcionária da Secretaria Municipal de Saúde, sob gestão Bruno Covas (PSDB), que não quis se identificar, a Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), organização social que gerencia a UBS, teria recebido uma parcela de R$ 166 mil em dezembro de 2019 para realizar a obra. Porém, não executou o serviço. A OS nega ter feito a obra.
Com isso, a reforma foi realizada com outro recurso, fruto de um financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), no valor de R$ 1,6 milhão. Pelo descritivo no contrato 36/2020 da Secretaria Municipal de Saúde, a empresa contratada foi a Tetra-Base Engenharia e Construções Ltda.
Um erro na execução da obra, realizada entre abril de 2020 a outubro de 2020, inviabilizou que a rede de gases fosse reativada.
Entre outros usos, os gases medicinais são utilizados para tratamento de pacientes com síndrome respiratória, um dos principais sintomas da Covid-19.
Empresas de oxigênio recomendam que os cilindros só sejam utilizados em transporte de pacientes, não com fonte primária para atendimento, mesmo no caso da UBS Humaitá, que não tem leitos de internação, mas apenas recebe pacientes com sintomas leves e moderados.
Resposta
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que anteriormente à reforma, a UBS Humaitá já contava com o sistema, e que voltou a funcionar na sua totalidade, após reparo feito em virtude de um furto de tubulação ocorrido no telhado da unidade.
A pasta informou que nenhum usuário que necessitou de oxigênio ficou sem ser assistido, em nenhum momento da pandemia, pois a unidade conta com cilindros de oxigênio para situações de urgência e emergência.
A nota informa ainda que a UBS passou por uma ampla reforma estrutural, com a implantação de acessibilidade, infraestrutura de prontuário eletrônico, troca de telhado, portas, pisos e construção de sanitários, entre outros.
Também em nota, a organização social Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada a Saúde) DISSE que não realizou obras de reforma na UBS. "Em 2019, chegou a ser aprovado um plano de trabalho para que o Instituto realizasse as intervenções e a época, de acordo com o cronograma de desembolso, a SMS realizou repasse de 16% do valor total, com formalização deste ato em publicação no Diário Oficial do Município. Porém, a pasta optou por realizar a obra com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento para reforma da unidade de saúde. Diante disso, não houve mais repasses e os 16% designados ao Instituto já foram devolvidos integralmente a Secretaria Municipal de Saúde", disse. "Com relação à rede de gases medicinais, informamos que está em perfeito funcionamento e em nenhum momento houve interrupção no atendimento."
A reportagem não localizou representantes da Tetra-Base Engenharia e Construções Ltda para comentar o assunto.
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