O pior atentado da história olímpica foi visto nos Jogos de Munique, em 1972. No dia 5 de setembro, oito terroristas palestinos, representando o grupo Setembro Negro, invadiram a Vila Olímpica, mataram dois membros da delegação de Israel e sequestraram outros nove. Eles queriam trocar os reféns por presos políticos em Israel. No entanto, na ação policial, os nove reféns israelenses foram mortos, assim como cinco terroristas e um policial.
Após 34 horas de luto, o então presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o americano Avery Brundage, pronunciou que "os Jogos devem continuar".
Essa edição foi palco de novo recorde de participação, com 7.134 atletas (1.059 mulheres) de 121 nações disputando 195 eventos, e teve a primeira mascote oficial: Waldi, um cachorro da raça dachshund.
O grande nome dos Jogos de Munique foi do nadador norte-americano Mark Spitz, que conquistou sete medalhas de ouro com sete recordes mundiais, feito que só seria batido pelo compatriota Michael Phelps 36 anos depois.
Na briga pelas medalhas, a União Soviética liderou o quadro com 99 (50 ouros, 27 pratas e 22 bronzes), apenas cinco a mais que os EUA (33 ouros, 31 pratas e 30 bronzes).
O Brasil enviou uma delegação com 89 atletas (5 mulheres) e conquistou duas medalhas de bronze: uma no salto triplo com Nelson Prudêncio e outra no judô (categoria meio-pesado) com Chiaki Ishii.
O país ainda "bateu na trave" três vezes. Na vela, Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes, na classe Flying Dutchman, e Jan Willen Aten e Joerg Bruder, na classe Star, terminaram suas competições em quarto lugar. A mesma colocação conquistada pela equipe nacional no revezamento 4x100 m livre da natação.
Finlandês cai nos 10.000 m, mas se recupera e ainda conquista o ouro
Um feito histórico de superação do finlandês Lasse Viren marcou a final dos 10.000 m em Munique. Após cair na 12ª volta (de 25) da prova, ele se levantou em último lugar e ultrapassou todos os outros competidores para não só ganhar o ouro, mas quebrar o recorde mundial da prova. Em 1972 ele ainda conquistou ouro nos 5.000 m. Em Montreal-76, ele venceria novamente os 5.000 m e os 10.000 m, totalizando 4 ouros.
Olga Korbut emociona o público alemão com história de superação
Depois de ser a destaque da União Soviética na conquista da medalha de ouro por equipes, a ginasta Olga Korbut falhou e ficou sem subir ao pódio no individual geral, caindo no choro e emocionando o público que assistia pela primeira vez na TV colorida. No dia seguinte, ela conquistou dois ouros e uma prata nas finais por aparelho. Olga criou um salto mortal nas paralelas que foi proibido em 2009 por ser perigoso demais.
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