A primeira edição de Jogos Olímpicos sem qualquer boicote de países em 20 anos reservava uma exibição de gala para o mundo todo aplaudir em pé.
Com o orgulho ferido após ver sua hegemonia no basquete masculino ser destroçada pela União Soviética, em Munique-72 e, principalmente, em Seul-88, os Estados Unidos prometiam uma equipe imbatível em Barcelona.
Uma regra da Fiba (Federação Internacional de Basquete) que impedia a participação em Olimpíadas dos profissionais da NBA, a poderosa liga de basquete norte-americana, havia sido revogada em abril de 1989, abrindo caminho para a formação do Dream Team, o Time dos Sonhos, que fez história na Espanha --antes a seleção dos EUA era representada por amadores e universitários.
Assim, os astros Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird, Scottie Pippen, Charles Barkley, Karl Malone, John Stockton, Clyde Drexler, Patrick Ewing, Christian Laettner, Chris Mullin e David Robinson engoliram seus adversários sem nenhuma dificuldade: Angola (116 a 48), Croácia (103 a 70), Alemanha (111 a 68), Brasil (127 a 83), Espanha (122 a 81), Porto Rico (115 a 77) e Lituânia (127 a 76). Na final, novamente contra os croatas, veio o placar menos elástico: "apenas" 32 pontos de diferença (117 a 85).
Em média, o Dream Team anotou 117,3 pontos por partida e venceu por uma diferença de 43,8 pontos.
Atropelados pelo esquadrão formado pela melhor geração de estrelas da NBA, o Brasil, de Oscar e Marcel, terminaria o torneio em uma honrosa quinta posição.
"Vocês verão uma equipe de profissionais nas Olimpíadas novamente", comentou o técnico dos EUA, Chuck Daly. "Mas eu não acho que vocês verão outra equipe como esta. Era uma equipe majestosa."
Como mostrou a irregular seleção dos EUA que compete em Tóquio, ele tinha razão.
Ginasta de Belarus conquista quatro ouros em apenas um dia
Se o Dream Team roubou a cena, o destaque individual foi o ginasta de Belarus Vitaly Scherbo, que competiu pela CEI (Comunidade dos Estados Independentes) e faturou seis medalhas de ouro, sendo quatro delas em apenas um dia. Outra curiosidade foi a presença do timoneiro Carlos Front na equipe de remo da Espanha (oito com). Aos 11 anos, ele se tornou o mais jovem a disputar os Jogos desde 1900.
Vôlei masculino dá o primeiro ouro ao Brasil em esportes coletivos
Depois de bater na trave em Los Angeles-84 (prata) e em Seul-88 (quarto), o vôlei masculino enfim chegou ao ouro, em Barcelona. A equipe de Tande, Marcelo Negrão, Giovane, Carlão, Maurício e Paulão bateu a Holanda na final. O Brasil conquistou mais duas medalhas. O outro ouro veio no judô, com Rogério Sampaio, na categoria meio-leve. Na natação, Gustavo Borges faturou a prata nos 100 m livre.
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